Jornal Correio Braziliense

Rio mais 20

Brasil apresentará bons resultados na Rio+20, diz secretário de fórum

Rio de Janeiro - O Brasil deve apresentar um bom retrato na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio%2b20), que ocorre de 13 a 22 de junho, com ;conquistas; como a produção de etanol limpo, o veto parcial da presidente Dilma Rousseff ao novo Código Florestal e a ascensão social dos mais pobres no país. A avaliação foi feita hoje (1;) pelo diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa. Ele participou do seminário Energia Limpa: Oportunidades e Desafios no Brasil, dentro da programação da Coppe que antecede o evento da ONU.

;O Brasil ainda é o grande produtor de etanol limpo [do mundo];, disse, embora critique o fato de o país importar ;uma parte crescente; do etanol dos Estados Unidos, devido à queda da produção interna do produto.

Pinguelli explica que o etanol americano é produzido a partir do milho, ;que emite muito gás carbônico na produção, porque eles [os norte-americanos] não têm bagaço, queimam óleo;. Segundo o diretor da Coppe, também secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), ;isso vai na contramão [de uma política ambientalmente correta];.

Outro fato que, segundo Pinguelli, contribui para um retrato positivo do Brasil na Rio%2b20, foi o veto parcial da presidenta Dilma Rousseff ao novo Código Florestal. ;Tem a ver com mudança climática. É bom. Apesar de não resolver completamente o problema, ele [o veto] sinaliza que o governo não concorda com aquela mudança tão flácida quanto ao controle do desmatamento. Acho que na Rio%2b20, [o veto parcial ao Código Florestal] vai contar;.

Em outro item de destaque na Rio%2b20, que é a pobreza, Pinguelli comentou que o Brasil mostra um ponto positivo, que é a ascensão social dos mais pobres. Em função da crise mundial, o diretor do Coppe analisou que ainda não se pode identificar quais serão as contribuições da Rio%2b20 neste setor.

Mas o país também terá que expôr problemas na Rio%2b20. Na área da energia limpa, por exemplo, Pinguelli apontou que um dos desafios brasileiros consiste em estabilizar o problema no campo das hidrelétricas. ;É muito conflitual;, disse, referindo-se às greves registradas nas usinas em construção na Amazônia. ;Isso tem que ter uma equação melhor;.

Já a energia eólica vai bem. ;É um lado positivo;, disse, mencionando, porém, que algumas obras estão atrasadas. Em relação à energia solar, foi categórico: ;não decolou no Brasil;.