A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio%2b20) corre o risco de não passar de uma reunião ministerial, na opinião do ex-secretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo Fábio Feldmann. Nesta segunda-feira (21/5), em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, Feldmann disse que a única pessoa que pode ;salvar; a Rio%2b20 é a presidente Dilma Rousseff.
;Se a principal economia do mundo [Estados Unidos] não fizer parte dessa reunião, já tira o prestígio do evento. O Brasil tem mais prestígio e também mais responsabilidades do que há 20 anos;, defendeu. Segundo ele, a presidente precisa retomar os diálogos para garantir a presença do presidente norte-americano, Barack Obama, e da chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Feldmann também criticou a agenda do evento que, segundo ele, não reconhece a urgência dos limites do planeta e a forma de negociações para o documento final que será discutido durante a conferência. ;A técnica de negociação está equivocada. Um mantém a sugestão de outro, que manteve a sugestão do primeiro. Não existe prioridade e estamos com um documento que tem quase 200 páginas;, disse.
A expectativa do governo brasileiro é que nesta terça-feira (22/5) os negociadores mundiais apresentem um documento mais reduzido para pautar o debate na Rio%2b20. A Organização das Nações Unidas (ONU) convocou uma nova rodada de negociações, que começa na semana que vem, em Nova York, para chegar a um texto mais suscinto.
O assessor do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Alfredo Joly, disse que os resultados da conferência dependerão do quanto essas negociações vão avançar. ;Mas acho que não teremos metas claras. Talvez tenhamos um rascunho do que deveriam ser essas metas;, avaliou.
Para Joly, ;as mudanças que vão acontecer depois da Rio%2b20 serão muito mais por decisões do mercado do que de compromissos de governo;. Segundo ele, a iniciativa privada já vem dando sinais de uma mudança de postura.