Os diretórios nacionais do PT e do PR contrataram os mesmos advogados que representam, na esfera privada, condenados no julgamento da Ação Penal 470, o mensalão, e réus acusados de corrupção após as investigações das operações Porto Seguro e Sanguessuga, da Polícia Federal. Os recursos usados para o pagamento dos magistrados seriam públicos, provenientes do Fundo Partidário.
Em reportagem do jornal Estado de S. Paulo foram revelados documentos das prestações de contas dos dois partidos em 2012 e 2013, apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Repasses de até R$ 40 mil mensais teriam sido feitos para os escritórios, que atuam para clientes como ex-presidente do PT José Genoino e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha.
Os três escritórios remunerados pelo PT com recursos de origem pública no período analisado afirmam que receberam pagamentos por serviços prestados exclusivamente ao partido. Sobre os serviços privados para os envolvidos nos processos, dois disseram trabalhar de graça e um "a preços módicos", segundo a reportagem. O PR admitiu que o dinheiro do Fundo Partidário foi usado para bancar as defesas de Valdemar e Bispo Rodrigues, presos em Brasília após serem condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.