Jornal Correio Braziliense

OsNomesDoMensalao

Regalias de mensaleiros, como alimentação especial, irritam detentos do CPP

Presos que trabalham de dia e dormem na cadeia confirmam ao Correio que os condenados na Ação Penal 470 têm privilégios na unidade, como alimentação especial e dispensa da revista


Entre os detentos condenados por tráfico, roubo e furto, os mensaleiros. O Centro de Progressão Penitenciária (CPP), que abriga os presos do regime semiaberto do Distrito Federal, faz parte do cenário político desde que passou a abrigar, entre o fim de 2013 e o início deste ano, envolvidos no escândalo de compra de apoio parlamentar no governo Lula. A presença deles no edifício, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), é marcada por polêmicas, que já custaram o cargo de responsáveis pela unidade. O principal problema, segundo detentos ouvidos pelo Correio, é o suposto tratamento diferenciado que os mensaleiros recebem em relação aos demais apenados que trabalham durante o dia e passam a noite no CPP.

Hoje, há apenas três no local: os ex-deputados Valdemar Costa Neto e Bispo Rodrigues, ambos filiados ao PL (hoje PR) na época do escândalo, e o ex-assessor do partido Jacinto Lamas. Valdemar trabalha em uma distribuidora de alimentos, e Rodrigues, em uma rádio local. Lamas atua em uma empresa de engenharia.O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares chegou a ficar detido no CPP, mas foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, justamente devido às suspeitas de receber tratamento diferenciado.

Os condenados na Ação Penal 470 não estão sujeitos à mesma rigidez de regras que os demais. Além de não compartilharem o cardápio dos outros integrantes do sistema prisional, eles costumam ter liberdade para pedir comida por telefone e até entrar com marmitas. Outro ponto comentado pelos detentos comuns é que os mensaleiros costumam ser dispensados da revista. No retorno ao edifício, a depender do plantonista, basta indicarem o horário e mostrarem os bolsos para terem a passagem liberada.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.