O advogado Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério, lembrou que a posição de Joaquim Barbosa é ;fiel à jurisprudência pacificada do Supremo desde fevereiro de 2009;. Naquele mês, a Corte julgou um habeas corpus estabelecendo que o réu em liberdade só poderá ser preso depois do trânsito em julgado. ;Agora só temos que esperar o acórdão, que segundo o Supremo sairá até abril. Como o prazo para apresentação de embargos é curtíssimo, já estamos levantando informações desde logo;, acrescentou Marcelo Leonardo. Marcos Valério passará o fim de ano em Belo Horizonte, com a família.
;Tortura psicológica;
Ex-ministro da Justiça e advogado de José Roberto Salgado, Márcio Thomaz Bastos divulgou nota afirmando que ;em um processo tão cheio de equívocos e peculiaridades, essa é uma decisão proferida em consonância com os princípios do direito penal e a jurisprudência da Suprema Corte;. Seu cliente, que é ex-diretor do Banco Rural, foi condenado a 16 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Representante da ex-diretora da instituição Kátia Rabello, o advogado Theodomiro Dias Neto afirmou ontem que o posicionamento de Barbosa ;foi uma decisão tecnicamente correta, em consonância com a jurisprudência do STF;. Para ele, a apresentação da petição com pedido de prisão durante o recesso se mostrou ;um desrespeito aos demais ministros do Supremo;.
[SAIBAMAIS]
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não comentou o posicionamento de Joaquim Barbosa ontem em seu blog, como costuma fazer com decisões com grande repercussão na Ação Penal 470. Mas disse a pessoas próximas que estava aliviado com o despacho. O ex-presidente do PT José Genoíno, que passou o dia em casa, afirmou que o mistério em torno da possibilidade de prisão foi uma ;tortura psicológica;. ;A prisão só pode acontecer após o trânsito em julgado, então o STF conseguiu manter a ordem constitucional, apesar da tentativa do Ministério Público de subvertê-la;, comentou o advogado Marthius Sávio, defensor do advogado do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil.