"É como voto, senhor presidente. Digo, é como voto", se atrapalhou o ministro Joaquim Barbosa, ainda se acostumando às liturgias do cargo. "É a falta do hábito", justificou. Ele ocupou na tarde desta quarta-feira (21/11), pela primeira vez, interinamente, a cadeira de presidente do Supremo Tribunal Federal.
Os ministros prosseguiram à dosimetria das penas, fase final do julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão - o exame do caso por parte dos ministros em plenário começou em agosto. Nesta tarde, definiram as penas de réus ligados à corretora Bônus Banval, ao Partido Progressista, Partido Liberal e Banco do Brasil.
O ex-diretor de marketing do banco, Henrique Pizzolato, teve a pena definida em 12 anos e 7 meses de prisão. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. A pena pecuniária ficou em 310 dias/ multa. Foi a maior pena do dia.
O ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, teve pena de 6 anos e 6 meses de reclusão, além de 200 dias/ multa.
Já o ex-chefe de gabinete da liderança do Partido Progressista na Câmara, João Cláudio Genu levou 7 anos e 3 meses de reclusão, pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Também foi condenado pelo crime de corrupção passiva, mas a pena, definida em 1 ano e 6 meses, já está prescrita.
Outro réu que teve o futuro medido pelos ministros da Suprema Corte foi Enivaldo Quadrado, da Bônus Banval, corretora que alimentou o esquema do PP dentro do valerioduto: a pena ficou em 9 anos de prisão, pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O então diretor da corretora à época do escândalo, Breno Fischberg, teve pena definida em 5 anos e 10 meses, pela condenação por lavagem de dinheiro.