Conforme relatou o ministro Dias Toffoli na última sessão, o julgamento finalmente chega na fase em que será avaliado se o mensalão propriamente dito ocorreu. A maior parte dos ministros já desconstruiu a tese de que os recursos oriundos de empréstimos obtidos pelas empresas de Marcos Valério e repassados para políticos teriam servido para abastecer caixa 2.
Os próximos réus
Confira pessoas ligadas ao núcleo político que serão julgadas a partir desta semana, e as acusações que pesam contra elas no item seis da Ação Penal 470
Anderson Adauto
; Ex-ministro dos Transportes, hoje prefeito reeleito de Uberaba (MG), é acusado de ter recebido R$ 950 mil de Marcos Valério e de ter intermediado apoio político.
Antônio Lamas
; Era assessor do PL na Câmara. Hoje, trabalha como gerente de uma casa lotérica. Foi acusado de intermediar repasses ao PL, mas a PGR pediu a absolvição dele por falta de provas.
Bispo Rodrigues
; Era deputado pelo PL-RJ e vice-presidente do partido. Hoje, é sócio de emissoras de radio e tevê. É acusado de ter recebido propina para votar a favor do governo.
Delúbio Soares
; Apontado como o grande operador financeiro do esquema. Segundo a denúncia, era o elo entre o núcleo político e Marcos Valério. Era tesoureiro do PT e, depois do escândalo, deixou o partido, mas retornou e tem pretensões de se candidatar.
Emerson Palmieri
; Era tesoureiro informal do PTB e diretor da Embratur. Hoje, é fazendeiro. Acusação: ajudou a intermediar a propina em favor do PTB.
Jacinto Lamas
; Ex-tesoureiro do PL, hoje funcionário da Câmara, responde por intermediar repasses ao PL.
João Cláudio Genú
; Era assessor do então deputado José Janene. Hoje, tem empresa de gestão empresarial e consultoria imobiliária É acusado de ter sido o intermediário do Valerioduto para o PP.
José Borba
; Era deputado e líder do PMDB. Hoje é prefeito de Jandaia do Sul (PR). Acusado de ter recebido propina para votar a favor do governo.
José Dirceu
; Ex-ministro-chefe da Casa Civil, apontado como o líder do esquema. Era deputado federal, mas por causa do escândalo do mensalão teve o mandato cassado em 2005. Está inelegível até 2014, mas ainda tem grande influência no PT.
José Genoino
; Ex-presidente do PT e ex-deputado, trabalha como assessor no Ministério da Defesa. Assinou empréstimos com a SMP que o STF já concluiu como simulados. É acusado de ter intermediado acordo com vantagens financeiras com partidos.
Marcos Valério
; É considerado o operador do mensalão. Nas primeiras semanas do julgamento, já foi condenado por corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
Pedro Corrêa
; Era deputado federal (PP-PE) e presidente do PP. Hoje, ainda integra a direção nacional do partido. Acusação: receber propina em troca de apoio ao governo e lavar dinheiro.
Pedro Henry
; O deputado federal (PP-MT) era líder do partido na época. Acusado de ter recebido dinheiro em troca de apoio ao governo.
Roberto Jefferson
; Delator do esquema do mensalão, era deputado federal e teve o mandato cassado por causa do escândalo, em 2005. Teria recebido R$ 10 milhões para levar o PTB a apoiar o governo. Hoje é presidente nacional do partido.
Romeu Queiroz
; Ex-deputado federal (PTB-MG), hoje é deputado estadual pelo PSB. Acusação: pegou dinheiro para o PTB e para si próprio e ocultou a origem.
Valdemar Costa Neto
; Deputado federal pelo PR-SP, era parlamentar do PL. Acusado de receber dinheiro em troca de apoio político, será julgado por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.