O relator relembrou as imputações feitas aos dirigentes do Banco Rural por fraudes e falsidade dos empréstimos. O primeiro ponto abordado foi a renovação sucessiva de operações de empréstimo. Segundo Barbosa, os dirigentes do Banco Rural buscaram omitir o risco dessas operações, cujos recursos eram destinados ao PT. Ele afirmou que a perícia apontou que o banco omitiu registros de suas transações financeiras sob a alegação de extravios ou problemas operacionais.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a gestão fraudulenta do banco permitiu a alimentação de esquema de corrupção, a lavagem de dinheiro de recursos públicos desviados e a distribuição da verba entre os políticos aliados ao governo, ocultando sua origem. Barbosa listou na sessão anterior várias irregularidades na gestão do Banco Rural, entre elas a concessão de empréstimos no valor de R$ 32 milhões ao PT, à SMP Comunicação e à Graffiti, sem que os clientes tivessem capacidade financeira para garantir a quitação do débito.
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[SAIBAMAIS]Barbosa sustentou que o Banco Rural descumpriu o manual interno para empréstimo ao PT, sem garantias suficientes e sem parecer da assessoria de crédito. Ele tratou o caso como uma "cadeia de ilicitudes praticadas pelos diretores do Banco Rural". Segundo ele, a garantia do empréstimo de R$ 3 milhões do Banco Rural ao PT era apenas a palavra de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e do publicitário Marcos Valério.
O relator também disse que o banco classificou os riscos dos empréstimos de forma equivocada e que, em nenhum momento, sinalizou que iria cobrar essas dívidas, o que ocorreu apenas quando as acusações vieram à tona.