No entanto, o ministro o absolveu no segundo crime de peculato relativo à contratação do jornalista Luis da Costa Pinto e do crime de lavagem de dinheiro. Peluso ainda decidiu condenar Marcos Valério e os sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach por corrupção ativa e peculato por desvios na Câmara.
Em clima de despedida do Supremo Tribunal Federal, ele leu todo o seu voto rapidamente. Peluso se aposenta compulsoriamente no início de setembro ao completar 70 anos, e sua última sessão será na quinta-feira (30/8). Ao fim da sessão, o presidente do STF, Ayres Britto, fez um discurso e falou de Peluso. "Vosa excelência é a encarnação do seu próprio discurso. Faz o que prega e me parece que autenticidade é isso, o encurtamento da distância entre o que se teoriza e o que se pratica", afirmou.
Próximos dias
[SAIBAMAIS]Depois de Peluso, será a vez de o ministro Gilmar Mendes votar. Ele tende a ser rigoroso, mas fará um voto curto. A aposta entre advogados é de que Gilmar concordará com o relator do processo, Joaquim Barbosa, em relação às condenações de João Paulo, do empresário Marcos Valério e de dois ex-sócios. Indicado para o Supremo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Gilmar deve condenar também o diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, contra quem já há maioria pela condenação, mesmo caso de Valério e dos ex-sócios no subitem referente ao BB. A tendência, nesse caso, é que o veredicto seja por unanimidade. Marco Aurélio também promete não se alongar.
O decano da Corte, Celso de Mello, será o penúltimo a se manifestar. Ele costuma se apegar à análise das provas cabais. Por isso, entre os defensores, há a esperança de que ele possa absolver parte dos acusados.