Alvo de ataques de advogados dos réus do processo do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi defendido nesta quinta-feira (16/8), durante congresso da categoria. O presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Cláudio Lopes, disse que são inaceitáveis os ;deboches; contra o chefe do Ministério Público Federal (MPF).
;Não podemos compactuar [com os comentários dos advogados], à medida que deboches e comparações grosseiras são utilizadas;, criticou. ;Concordamos que as defesas possam discutir questões jurídicas para defender seus constituintes, mas não podemos aceitar adjetivações grosseiras contra o procurador-geral da República. Estamos ao lado dele;, reforçou Lopes, ao comentar sobre o andamento do julgamento do mensalão, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a abertura do 1; Congresso Internacional do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público, Cláudio Lopes também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/2011, que limita o poder de investigação do MP. Ele lembrou que o próprio mensalão resulta do trabalho investigativo do MPF.
;Não queremos substituir a polícia, mas não podemos privar a sociedade da apuração devida, ainda que em casos excepcionais, quando a polícia, por algum interesse, ineficiência ou omissão, não fizer determinada investigação;, disse Lopes. ;Nossa posição, nesse sentido, é intransigível e inegociável;, completou sobre a PEC.
[SAIBAMAIS]Além do tema do trabalho investigativo dos ministérios públicos, prática comum em órgãos similares fora do país, como o MP da Argentina, será debatido, no evento, o controle externo da atividade policial.
Na sexta-feira (17/8), para o encerramento, está prevista palestra do presidente do STF, Carlos Ayres Britto, e a assinatura de acordo com a Rede Judiciária Europeia para troca de informações que facilite investigações.