O ministro acusou ainda o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, de estar tentando adiantar o julgamento e salientou que o colega mudou seu comportamento habitual. ;Ele, que é um homem tão tranquilo, apontado nas sustentações como poeta. Poeta geralmente é muito sereno em tudo o que faz. É contemplativo, mas nesse caso não está sendo;, ironizou Marco Aurélio Mello. ;Ele não está acima do colegiado. Ele só coordena os trabalhos. Qualquer questão de importância que interfira na atuação dos ministros é decidida pelo colegiado;, completou.
Ritmo diferenciado
Ayres Britto negou que esteja impondo um ritmo diferenciado ao julgamento. ;Não há açodamento. Nem de minha parte nem de nenhum outro ministro. No mais está tudo indo bem. O julgamento transcorre em clima de entendimento e respeito;, destacou. Marco Aurélio criticou também Joaquim Barbosa. ;O relator tem poder, mas não é o todo-poderoso no processo. Ele não dita regras, mas observa as regras;, frisou. Barbosa não respondeu às críticas.
Britto alertou que não haverá sessão na sexta-feira ; o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, estará em São Paulo em um compromisso acadêmico. A possibilidade de alteração no cronograma do julgamento deve ser discutida hoje, em reunião administrativa. Segundo a previsão inicial, a partir de segunda-feira, haverá três sessões semanais. Os ministros também apreciarão a proposta de Marco Aurélio de o STF realizar dois encontros extras por semana para julgar processos que não tenham relação com o mensalão.