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9º dia de julgamento do mensalão começa com defesa do ex-deputado Paulo Rocha

Começou, por volta das 14h30 desta terça-feira (14/8), o nono dia de julgamento do mensalão no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro a fazer a sustentação oral aos ministros é o advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende o réu Paulo Roberto Galvão da Rocha.

Paulo Rocha é acusado de receber dinheiro de Marcus Valério, valendo-se dos mecanismos disponibilizados pelo Banco Rural. Ele responde por lavagem de dinheiro e a pena pode chegar a 12 anos. Em sua sustentação, Filho negou que Paulo Rocha faça parte dos núcleos operacionais do mensalão, divididos em operacional, político, financeiro e publicitário. "A denúncia quando trata da conduta de Paulo narra a cadeia causal e não conta com a participação de Paulo Rocha", diz.

O advogado admitiu que seu cliente recebeu R$ 620 mil do PT, mas afirmou que os recursos eram para saldar dívidas da campanha presidencial de 2002. Gomes Filho negou que Paulo Rocha soubesse da origem ilícita do dinheiro e que tenha tentado esconder os pagamentos.

;Para qual pessoa ele dá ordem senão para a secretária de 15 anos [de trabalho]? Eu até aceitaria [a tese de lavagem de dinheiro] se fosse uma pessoa afastada do convívio, mas isso só chegou a Paulo por conta de Ana. Em lugar nenhum do mundo se lava dinheiro na própria conta;, justificou o advogado.



Cinco réus - entre eles um ex-ministro e três ex-deputados - terão duas defesas apresentadas nesta terça. Na relação estão o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e os ex-deputados Professor Luizinho (PT-SP) e João Magno (PT-MG), além Anita Leocádia Pereira da Costa, assessora parlamentar.

[SAIBAMAIS]Como nos dias anteriores, os advogados terão até uma hora para apresentar suas sustentações orais em defesa dos clientes. É a penúltima etapa do julgamento dedicada à defesa. Depois, começa a etapa dos votos dos 11 ministros da Suprema Corte. A expectativa de é que a fase das defesas acabe nesta quarta-feira (15/8).

O primeiro a apresentar o voto será o relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, que adiantou que seu voto tem mais de mil páginas.