Jornal Correio Braziliense

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Após breve defesa de advogado, STF finaliza sessão; julgamento volta na 2ª



Nas alegações finais, o Ministério Público Federal pediu a absolvição de Lamas dos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por falta de provas.



O advogado zombou da denúncia do MP e sugeriu que Antonio Lamas foi denunciado por causa do sobrenome. ;Quer nome mais midiático para se fechar um quadro com 40 ladrões?; "Será que ele (Antônio Lamas) foi denunciado pelo sobrenome? Talvez se fosse José da Silva ficaria de fora", afirmou.

[SAIBAMAIS]"Zero a esquerda"

Antes dele, foi ouvida a defesa de Jacinto Lamas, que na época do mensalão era tesoureito do PL e, segundo acusação, recebeu valores ilícitos em nome de Valdemar da Costa Neto.Em sua sustentação, o advogado Délio Lins e Silva afirmou que se o ;mensalão existiu, Jacinto Lamas não participou;. O advogado disse aos ministros que ele era um ;homem de confiança de Valdemar da Costa Neto;. Simultaneamente, sustentou que saques bancários foram feitos por ordem de Valdemar, ;sem que ele (Jacinto Lamas) soubesse a origem, ou muito menos a destinação dos valores;. Silva afirmou ;Jacinto era um zero a esquerda em termos políticos.

Valdemar da Costa Neto

A defesa do deputado Valdemar da Costa Neto sustentou que o parlamentar recebeu o dinheiro, mas que desconhecia a origem ilícita. O argumento de seu defensor é que o PL já tinha alinhamento com o governo por ser a mesma legenda do então vice-presidente José Alencar, e que a verba recebida seria usada para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002. Segundo Bessa, o valor que o Partido Liberal (atual PR) recebeu era referente à campanha eleitoral, e não ao mensalão.

Nulidade do processo

A defesa de Carlos Alberto Quaglia, dono da empresa Natimar, pediu no julgamento do mensalão a nulidade do processo para o seu cliente. O defensor público-geral federal, Haman Tabosa de Moraes e Córdova, alegou que houve cerceamento de defesa, uma vez que o advogado de Quaglia, Haroldo Rodrigues, não foi intimado durante o andamento do processo. Córdova foi o primeiro defensor público a participar do julgamento do mensalão. ;É um réu indefeso, com braços e pernas amarrados. A Defensoria Pública da União foi intimada e se manifestou pedindo a intimação do acusado para saber sobre a mudança de advogado;, disse.

Primeiro a falar

O primeiro representante da defesa a se prounciar durante as sustentações orais desta sexta foi Guilherme Alfredo de Moraes Nostre, advogado de Breno Fischberg, sócio-proprietário da corretora Bônus-Banval. Ele é acusado de usar a empresa para lavar dinheiro ilícito do mensalão para o PP. Durante uma hora, Nostre afirmou que Breno não conhecia Marcus Valério. ;Não há nenhuma prova colhida que possa veicular o acusado Breno Fischberg aos fatos;, afirma. "Breno Fischberg não conhecia nenhum outro componente da suposta quadrilha e nem os componentes o conheciam", completou.