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Começa a defesa do reú do mensalão Valdemar da Costa Neto no plenário

Começou, por volta das 16h30 desta sexta-feira (10/8), a defesa do réu do mensalão Valdemar da Costa Neto, deputado federal que faz parte do núcleo do PL no processo, representado pelo advogado Marcelo Bessa. Na época, ele era presidente do partido quando o mensalão veio à tona e foi reeleito deputado, em 2006 e em 2010.



[SAIBAMAIS]Hoje, Costa Neto é secretário-geral da legenda. Segundo o Ministério Público, ele recebeu dinheiro ilegal do publicitário Marcos Valério para apoiar votações importantes do governo, além de montar um esquema para dissimular o recebimento das verbas. O parlamentar responde pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em sua sustentação, Bessa cita o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Collor, em 1994, quando o ex-presidente foi absolvido. A absolvição se deu porque não se provou o ato de ofício, quando há uma contrapartida em troca do que é oferecido em casos de corrupção.



A defesa de Costa Neto diz que o parlamentar recebeu o dinheiro, mas que desconhecia a origem ilícita. O argumento de seu defensor é que o PL já tinha alinhamento com o governo por ser a mesma legenda do então vice-presidente José Alencar, e que a verba recebida seria usada para quitar despesas da campanha eleitoral de 2002. Segundo Bessa, o valor que o Partido Liberal (atual PR) recebeu era referente à campanha eleitoral, e não ao mensalão.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirma, na denúncia, que Valdemar Costa Neto recebeu, nos anos de 2003 e 2004, a quantia de R$ 8,8 milhões para votar a favor de matérias de interesse do governo federal.

Em 2005, Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal, ao admitir que recebeu recursos do publicitário Marcos Valério. Hoje ele é secretário-geral do PR.