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Réus devem acompanhar julgamento longe dos holofotes

Angustiados, tensos ou esperançosos de uma possível absolvição, os réus do mensalão que começarão a ser julgados hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF) vão desaparecer de cena durante o período em que o caso estiver sendo analisado pela maior Corte do país. A avaliação é de que há pouco o que fazer nesse momento em que o trabalho estará nas mãos dos advogados de defesa, do procurador-geral da República e dos 11 ministros do STF.



[SAIBAMAIS]O ex-presidente do PT e assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, até a semana passada, estava em um trabalho conjunto com a Secretaria-Geral da Presidência na tentativa de solucionar um conflito de terra envolvendo a comunidade quilombola Rio dos Macacos, próxima à base naval de Aratu, na região metropolitana de Salvador.

Mas o conflito de terras não é maior do que o julgamento do mensalão. Apontado como responsável pela assinatura dos contratos de empréstimos com os bancos BMG e Rural, intermediados pelo publicitário Marcos Valério e que ajudou a irrigar o esquema, e pela negociação do PT com os partidos para a formação da base aliada no início do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, Genoino tirou férias do Ministério da Defesa e ficará com a família em São Paulo. Quando o caso estourou, em 2005, o petista teve uma crise de depressão e pouco saía de casa. Agora, vai refugiar-se novamente à espera do resultado.



Apontado como o líder da quadrilha na denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República, o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, já tinha sumido de circulação nas últimas semanas. Passou um tempo na cidade natal, na casa da mãe, em Passa Quatro (MG). Seguindo a sugestão de assessores, desistiu de participar da homenagem ao Movimento de Libertação Popular (Molipo), grupo armado com treinamento em Cuba do qual fez parte na época do regime militar.

Durante o tempo em que o julgamento ocorrer, Dirceu desaparecerá novamente. Ele só não decidiu se ficará em São Paulo ou em sua casa localizada em um condomínio de classe média alta em Vinhedo (SP), situado entre a capital paulista e a cidade de Campinas. A fase do ex-ministro durante o estouro do caso do mensalão era tão adversa que, em novembro de 2005, dois homens armados arrombaram uma das janelas do imóvel em Vinhedo e levaram alguns objetos, como uma televisão de grande porte e com tela de plasma, charutos e guloseimas.

Candidato
Ex-presidente da Câmara entre 2003 e 2004, João Paulo Cunha (PT-SP) é candidato à prefeitura de Osasco (SP). Mas decidiu que não abordará o tema diretamente, optando por lembrar que não está no ;núcleo do suposto esquema de compra de apoio parlamentar;. Sua inclusão no processo deve-se ao suposto recebimento de R$ 50 mil para o pagamento de pesquisas qualitativas. Em 2004 e 2005, João Paulo, hoje deputado federal, acalentava os planos de governar São Paulo.

Já o publicitário Duda Mendonça, responsável pela candidatura do petista Elmano de Freitas à prefeitura de Fortaleza, vai deixar o trabalho a cargos de seus sócios e deve refugiar-se em uma de suas fazendas no interior da Bahia.

Onde estarão
Confira o que alguns dos réus do mensalão vão fazer durante o julgamento

José Dirceu
Está em dúvida se acompanhará o julgamento em São Paulo ou na casa de classe média que tem em Vinhedo, localizada entre a capital paulista e Campinas

José Genoino
Tirou férias do cargo de assessor especial do Ministério da Defesa e vai ficar em São Paulo

Delúbio Soares
Ficará com familiares no apartamento em São Paulo

Duda Mendonça
Vai para a Bahia. Poderá permanecer em Salvador ou em uma de suas fazendas no interior

João Paulo Cunha
Estará em plena campanha eleitoral à prefeitura de Osasco (SP)