Três dias depois de submeter-se a uma cirurgia para retirada de um tumor no pâncreas, o presidente nacional do PTB e um dos principais réus do mensalão, Roberto Jefferson, foi enquadrado pelos médicos do Hospital Samaritano: deve ficar quieto e parar de falar. Desde que recuperou-se da anestesia, no domingo, o petebista só quer saber do julgamento, que começa amanhã no Supremo Tribunal Federal (STF). ;Ele pediu para ler o que os jornais estão falando sobre o assunto;, confirmou ao Correio o advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa.
O primeiro exame feito assim que a cirurgia terminou não apontou malignidade. Mas ainda é preciso esperar o resultado da biópsia para afastar o diagnóstico de câncer. Mas, pelo menos por enquanto, essa não é a preocupação de Jefferson. ;Ele está reclamando toda hora porque estão o apontando como delator do mensalão. Delator é quem participa do esquema e se arrepende. Ele bate na tecla que é denunciante;, prosseguiu o advogado.
Alta do CTI
A equipe médica informou que a evolução do quadro de saúde de Jefferson segue o ritmo esperado. Ele tem 59 anos e a cirurgia, realizada no último sábado, durou oito horas. Ele deve permanecer no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) até amanhã ou sexta. Após isso, deve ser transferido para um quarto, onde permanecerá por até 15 dias.
Luiz Francisco declarou que o fato de o presidente do PTB estar em convalescença de uma cirurgia delicada não altera em nada a estratégia que a defesa adotará perante os ministros do Supremo Tribunal Federal. Já estava decidido que Jefferson não iria ao STF. Durante um bom tempo, havia a expectativa, levantada pelo próprio réu, de que faria parte da sustentação oral. ;Ele não poderia fazer qualquer tipo de intervenção, não faria sentido sua presença em Brasília;, justificou o advogado.
Além do mais, por conta da cirurgia, Jefferson provavelmente ainda estará internado quando Luiz Francisco fizer sua intervenção no STF.