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Preparativos para julgamento afetam rotina do setor de turismo brasiliense

Os preparativos para um dos maiores julgamentos da história do Supremo Tribunal Federal (STF), que começa depois de amanhã, já afetam a rotina do setor de turismo brasiliense. Como a análise dos ministros sobre o mensalão deve demorar mais de um mês, investigados, advogados dos réus, representantes de entidades e jornalistas estrangeiros começam a se instalar na cidade por período indeterminado, tornando lucrativo o início de agosto, que costuma ser de pouco movimento.

Pelo menos 14 advogados de réus do mensalão residem em São Paulo. A maior parte virá esta semana para Brasília e ficará ao longo do mês. É o caso de Alberto Zacarias Toron, defensor do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que vai desembarcar na capital amanhã com dois assistentes. ;Seguramente até o dia da minha fala, provavelmente 7 de agosto, ficarei em Brasília. Sabemos que o calendário (do julgamento) é como uma previsão de viagem. Não é dois mais dois igual a quatro;, diz o advogado referindo-se à possibilidade de atraso no cronograma.

O advogado Pierpaolo Cruz Bottini, que representa o ex-deputado federal Professor Luizinho, vive em São Paulo mas vai se mudar para Brasília enquanto durar o julgamento. Ele desembarca na cidade amanhã, sem data para voltar. ;Nossa ideia é que sempre haja alguém da nossa equipe durante o julgamento. Às vezes, eles (os ministros) tomam alguma decisão e intimam na hora;, justifica o advogado. O mineiro Marcelo Leonardo, advogado do empresário Marcos Valério, também já preparou um esquema para acompanhar o julgamento. ;Devo ir e voltar toda a semana. À medida que houver necessidade, levarei gente da minha equipe;, conta.



De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília, Clayton Machado, a demanda por quartos nos setores hoteleiro sul e norte deve ser de 30% a 40% maior que a procura habitual neste período do ano. ;Por conta disso, muitos hotéis estão adotando tarifas cheias, ou seja, dificilmente haverá descontos e negociação porque há poucas vagas disponíveis;, relata.

De acordo com o Sindicato dos Taxistas do DF, desde a última sexta-feira o movimento em alguns pontos de táxi do Plano Piloto também tem aumentado. O taxista Olimar Teixeira Souza, 50 anos, diz estar animado com a possibilidade de atender mais clientes a partir desta semana, mas reclama da limitação de estacionamento que será imposta nas proximidades do Supremo. ;Correremos o risco de levar multa se ficarmos ao longo do Eixo Monumental e os passageiros terão dificuldade de nos encontrar;, argumenta.

O setor de segurança do STF justifica que a restrição será necessária para organizar o trânsito da região. A partir de hoje, serão colocadas grades para isolar o prédio em até 100 metros. Somente partes envolvidas no processo, advogados, jornalistas e convidados credenciados, além de funcionários do Supremo poderão entrar na área reservada. Para facilitar a logística, o efetivo de seguranças do prédio será aumentado em 50%. (DA)

40%
Estimativa de aumento da procura por hotéis durante o julgamento do caso