Londres - O arquiteto britânico Norman Foster se declarou nesta quinta-feira (6/12) profundamente entristecido pela morte de seu colega brasileiro Oscar Neimeyer, um de seus heróis.
"Foi uma inspiração para mim e para gerações de arquitetos", declarou Norman Foster que, como Niemeyer, foi agraciado com o prêmio Pritzker, considerado o Nobel da Arquitetura, em um longo texto difundido por sua assessoria.
"Pouca gente consegue conhecer seus heróis e eu estou grato por ter tido a oportunidade de passar um tempo com ele no Rio, no ano passado", acrescentou o arquiteto de 77 anos.
Foster explica que, quando era estudante no início dos anos 1960, já buscava inspiração na obra de Niemeyer, que acabara de desenhar Brasília.
"Era audaz, escultural, colorida e livre, como nada do que se havia feito antes", afirmou o presidente do estúdio Foster and Partners, com sede em Londres e filiais em Abu Dhabi, Hong Kong, Madri e Nova York.
"Brasília não está simplesmente desenhada, está coreografada", explicou. "Cada uma de suas peças fluidamente compostas parece elevar-se, como uma bailarina, sobre suas pontas congeladas em um momento de equilíbrio absoluto", acrescentou.
Foster também recordou em seu tributo a conversa que manteve no ano passado com Niemeyer, "um homem cuja energia e criatividade eram uma inspiração".
"Ele me disse que a arquitetura é importante, mas a vida é ainda mais importante. E, no entanto, ao final, sua arquitetura é seu último legado. Como o homem, é eternamente juvenil, nos deixa com uma fonte de deleite e inspiração para muitas gerações vindouras", concluiu Foster.