Jornal Correio Braziliense

Novo Papa

Papa deseja intensificar diálogo com muçulmanos e lutar contra a pobreza

Francisco também afirmou que uma das prioridades de seu pontificado será a "luta contra a pobreza, tanto material como espiritual: edificar a paz e construir pontes"

Cidade do Vaticano - O papa Francisco anunciou que deseja "intensificar o diálogo com o Islã" e com os "não crentes", ao receber nesta sexta-feira (23/3) no Vaticano o corpo diplomático credenciado na Santa Sé. Em seu discurso, o papa argentino também afirmou que uma das prioridades de seu pontificado será a "luta contra a pobreza, tanto material como espiritual: edificar a paz e construir pontes".

Aos embaixadores e representantes de 180 países, o Papa falou em italiano, e não em francês como era a tradição, e recordou os motivos que o levaram a escolher seu nome como pontífice. "Como sabem, são vários os motivos pelos quais escolhi meu nome, pensando em Francisco de Assis, uma personalidade que é bem conhecida além dos confins da Itália e da Europa, e também entre aqueles que professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco tinha pelos pobres. Quantos pobres ainda existem no mundo! E quanto sofrimento enfrentam estas pessoas", lamentou.



[SAIBAMAIS]Também advertiu sobre "a outra pobreza". "A pobreza espiritual de nossos dias, que afeta gravemente os países considerados mais ricos", disse. "É o que meu predecessor, o querido e venerado papa Bento XVI, chama de ;ditadura do relativismo;, que deixa a cada um como medida de si mesmo e coloca em perigo a convivência entre os homens", completou.

Respeitando seu estilo simples e claro, Francisco explicou que um de seus títulos é de "pontífice, ou seja, o que constrói pontes, com Deus e entre os homens". "Gostaria precisamente que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de modo que cada um possa encontra no outro não um inimigo, não um contendor, e sim um irmão para acolhê-lo e abraçá-lo", disse.

"Além disso, minhas próprias origens me estimulam a trabalhar para construir pontes", ressaltou, ao destacar que vem de uma família de origem italiana e "por isto está sempre vivo em mim este diálogo entre lugares e culturas distantes entre si, entre um extremo do mundo e o outro", completou.