O papa Francisco terá o desafio de promover uma profunda reforma na Cúria Romana, imersa em uma crise de proporções avassaladoras. O argentino Jorge Mario Bergoglio assume a Igreja Católica no momento em que vários escândalos minam a credibilidade da instituição e contribuem com a debandada de milhões de fiéis, principalmente na Europa. Pedofilia,, suposto agenciamento de encontros homossexuais dentro dos limites da Santa Sé, corrupção no banco do Vaticano, intrigas e disputas pelo poder são alguns dos problemas que o primeiro pontífice latino-americano precisará enfrentar. Para especialistas, a descentralização da Igreja Católica, com a guinada de seu comando da Europa para a América Latina, seria o prenúncio de uma grande mudança, cuja necessidade teria sido simbolizada pela escolha por Bergoglio.
;Uma das primeiras tarefas do papa Francisco será restaurar a confiança no gerenciamento administrativo dos assuntos da Igreja, por parte do Vaticano;, comenta o norte-americano John Voll, vaticanista e diretor do Centro para Compreensão Cristã-Islâmica da Universidade de Georgetown. ;Ele terá credibilidade para levar adiante reformas burocráticas importantes;, acrescenta. Segundo Voll, os outros elementos da crise na Igreja, como as atividades sexuais de padres, exigem ações de longo prazo. O padre e teólogo italiano Ariel Levi di Gualdo também aposta em uma transformação radical. ;Um homem como Francisco inevitavelmente reformará a Cúria Romana, à qual estão ligados os principais males da Igreja;, admite. Ele lembra que, em muitos de seus discursos, o então cardeal argentino citou o clericalismo e o carreirismo como os maiores entraves da instituição. ;Eu creio, e espero, que algumas pessoas não ficarão tempo demais no Vaticano;, comenta. Por várias vezes, o papa Bento XVI condenou a busca pela ascensão hierárquica dentro da Igreja.
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