O presidente de Cuba, Raúl Castro, enviou nesta quarta-feira seus "cordiais cumprimentos" ao argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito Papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, noticiou a agência cubana Prensa Latina.
"Por ocasião de sua eleição como Sumo Pontífice da Igreja Católica, me satisfaz, em nome do governo e do povo cubanos, fazer chegar à sua Santidade meus cordiais cumprimentos e melhores votos para seu pontificado", declarou o presidente cubano em mensagem enviada ao novo pontífice, segundo a agência.
Em sua mensagem, "o chefe de Estado cubano reitera, ainda, o testemunho de sua mais elevada e distinta consideração a Francisco I", acrescentou a Prensa Latina.
Em maio de 2010, Raúl Castro iniciou um diálogo inédito com a Igreja Católica, que agora é um interlocutor privilegiado do governo comunista, e em março de 2012 recebeu o papa Bento XVI - que renunciou ao pontificado em 28 de fevereiro - durante sua visita à ilha.
O presidente da Conferência de Bispos Católicos de Cuba, Dionisio García, expressou sua alegria pela rápida eleição do novo pontífice e expressou sua "satisfação" porque ele é latino-americano.
"Para nós é uma satisfação em tão pouco tempo ter um Papa e, por outro lado, o fato de ser latino-americano significa que a Igreja adentra em um mundo em que a Europa sozinha não é mais o centro, o eixo do mundo, senão uma sociedade que abarca todos os países", disse à AFP García, arcebispo de Santiago de Cuba, 900 km a sudeste de Havana.
Nos primeiros anos do governo de Fidel Castro (1959-2006), que entregou o comando ao seu irmão Raúl por motivos de saúde, a Igreja e o Estado tiveram relações tensas, mas estas melhoraram depois da visita histórica do papa João Paulo II à ilha, em 1998.