Rio de Janeiro ; Em mais um momento de descontração, o papa Francisco usou neste sábado (27/7) um cocar que ganhou de presente do índio pataxó da Bahia Ubiraí, durante cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Francisco benzeu indígenas, vestidos com seus trajes típicos, e agradeceu o presente de Ubiraí. O pontífice também recebeu representantes de religiões afrobrasileiras. A iniciativa do papa foi comemorada pelos não católicos e representantes da sociedade civil.
[SAIBAMAIS]Ubiraí e mais três indígenas da aldeia Coroa Vermelha, em Porto Seguro, na Bahia, cumprimentaram o papa. Todos estavam vestidos com os trajes típicos e as pinturas corporais tradicionais de sua etnia. As indígenas se ajoelharam e beijaram a mão do papa, que retribuiu benzendo-as na testa. Todos se disseram católicos.
O conselheiro estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (Ccir), o babalaô Ivanir dos Santos, disse à Agência Brasil que foi um ;encontro histórico;.
Santos aproveitou o encontro para presentear Francisco com o livro que conta sobre as manifestações em favor da liberdade religiosa, intitulado Caminhando a gente se entende, que reúne fotografias das quatro últimas edições dos protestos. ;O papa receber um indígena e um candomblecista é muito simbólico;, ressaltou.
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;Pela primeira vez, um papa recebe um candomblecista, um sacerdote de religiões de matriz africana, o que não ocorreu nem mesmo na África;, destacou o babalaô. Santos ressaltou que a ação do papa, em receber representantes de várias religiões, demonstra o respeito às diferenças, exemplo que deve ser seguido. ;No cenário em que há um crescimento da intolerância religiosa cada vez maior no país, isso é tido como um compromisso de combate à intolerância religiosa;, disse.