O papa Francisco manifestou nesta segunda-feira (22/7) aos jornalistas que o acompanham a bordo do avião papal em sua viagem ao Brasil, a preocupação pela situação dos jovens em todo o mundo ante "o risco de ter uma geração que não teve um trabalho", e defendeu o papel dos idosos na sociedade, "geralmente vítimas da cultura da rejeição".
[SAIBAMAIS]Sempre fiel a seu estilo descontraído e franco, o papa saudou um por um os 70 jornalistas que o acompanham no voo, e admitiu que evita dar entrevistas porque é algo cansativo. O papa argentino saiu de Roma nesta segunda-feira pouco antes das 9h (4h de Brasília). Sempre simples, chegou ao avião carregando ele mesmo sua bagagem de mão, uma maleta preta.
Antes de embarcar no voo da Alitalia, a assessoria de imprensa da Santa Sé alertou que o papa não iria fazer declarações à imprensa no avião, como costumava acontecer com João Paulo II e Bento XVI. Mas, comparando-se com o profeta Daniel quando foi jogado na cova dos leões, o ex-bispo de Buenos Aires disse, brincando, que não achava os jornalistas "tão ferozes". Ao fim do encontro, que durou cerca de uma hora, o papa agradeceu à imprensa pela companhia e convidou a todos a colaborar com ele "pelo bem da sociedade".
O papa presidirá no Rio a Jornada Mundial da Juventude de 23 a 28 de julho, que deve contar com a presença de 1,5 milhão de pessoas. O Rio de Janeiro já está fervilhando com a presença de freiras e sacerdotes, além de peregrinos com camisetas e mochilas com as cores da bandeira brasileira. Francisco, que defende uma Igreja austera, próxima dos pobres e do povo, intensificou sua agenda diante do anúncio de vários protestos durante sua visita, insistindo em passear pelo centro do Rio em um papamóvel descoberto imediatamente depois de sua chegada, prevista para as 16h (horário de Brasília).
O Vaticano afirma que o pontífice não está preocupado com os protestos e os especialistas afirmam que seu discurso de reforma de uma Igreja em crise, contra o desperdício e em defesa dos mais pobres, está em sintonia com o dos manifestantes. As operações de segurança, no entanto, contarão com cerca de 30.000 militares e policiais.