[SAIBAMAIS]O educador financeiro Reinaldo Domingos, do Instituto DSOP, alerta que, antes de optar pelo adiantamento da restituição, é necessário se certificar de que não há risco de cair na malha fina. ;Se isso ocorrer, o contribuinte poderá não ter o dinheiro necessário para honrar a dívida lá na frente;, afirma. Mas não é só. ;Na prática, como as pessoas pagam juros, acabam recebendo menos do que a Receita devolveu;, completa. Para o advogado tributarista Samir Choaib, a antecipação do Imposto de Renda só vale a pena se a pessoa estiver muito endividada e submetida a juros mais altos.
A troca de dívidas pode, no entanto, ser sinal de fragilidade financeira. ;Se a pessoa tem que tomar uma decisão dessas, é hora de fazer uma reorganização financeira. Quando substitui uma dívida por outra, está combatendo os efeitos do descontrole, não a causa. Provavelmente, daqui dois meses, vai estar devendo de novo;, explica Domingos. Para ele, é válido, por exemplo, usar o dinheiro da restituição para completar o montante poupado para a compra de um carro. ;Mas sempre é importante conferir se os juros do adiantamento são menores do que os do financiamento do veículo. Fazendo uma boa pesquisa, o contribuinte evita cair na armadilha do juro mais alto;, ressalta.
No Banco do Brasil e no Itaú Unibanco, as linhas para a antecipação da restituição do IR estão disponíveis desde a última sexta-feira. Já o Bradesco e o HSBC passam a oferecer a modalidade de financiamento a partir de hoje. Em todas as instituições, é necessário ser correntista e o banco deve ter sido indicado à Receita na declaração. Há limites para o financiamento na maior parte do sistema. O teto é de R$ 20 mil.