Jornal Correio Braziliense

Haiti

Longas filas de espera se formam diante dos bancos no Haiti

PORTO PRÍNCIPE - Longas filas de espera se formaram na manhã deste sábado diante de bancos privados no leste de Porto Príncipe, com os haitianos aguardando com impaciência a abertura parcial dos estabelecimentos fechados desde o terremoto do dia 12. Depois do banco central do Haiti, que abriu suas portas na quinta-feira, os bancos privados começaram a atender milhares de clientes que não conseguem sacar dinheiro há dez dias. A associação dos bancos privados informou que cada cliente poderá retirar US$ 2.500 ou 100 mil gourdes, o equivalente na moeda haitiana. Ela ainda exigiu a presença das forças da ordem, temendo tumultos. A vida está aos poucos voltando ao normal em Porto Príncipe. Muitos vendedores instalaram suas mercadorias nas calçadas de várias avenidas dos bairros nobres da capital, provocando gigantescos engarrafamentos nas ruas que continuam cheias de escombros. "É incrível a rapidez com a qual os haitianos retomaram suas atividades", exclamou um estrangeiro, surpreso de ver algumas ruas totalmente lotadas. Em outros bairros, frutas e legumes produzidos em Kenskoff, na parte alta do subúrbio de Pétion Ville, são vendidos nas ruas aos haitianos mais abastados. "Não temos mais nada em casa", comentou uma mulher que veio comprar frutas, pão, açúcar e água. "Não fomos reabastecidos, mas podemos aguentar mais algumas semanas", declarou o gerente sírio de um supermercado de Pétion Ville. Os atacadistas não querem mais entregar mercadorias aos comerciantes por medo dos saqueadores.