A Lei das Domésticas servirá de empurrão para que o Brasil se aproxime da realidade de países mais desenvolvidos, na opinião do professor de economia do trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann. Ele considera estranho que o país com a sexta economia do mundo ainda lidere o contingente de domésticos. ;Há um atraso na evolução e na composição desse tipo de atividade no país. Nada menos do que 70% dos empregados domésticos estão em situação irregular, vivem à margem da legislação trabalhista;, afirma.
Segundo o especialista, no Brasil há três questões em aberto relacionadas às mudanças provocadas pela nova lei. Primeiro, é preciso saber como se dará a fiscalização das regras. Depois, continua ele, as mudanças dependerão de os próprios trabalhadores cobrarem os direitos adquiridos. Além disso, será preciso esperar para ver se os patrões aceitarão o custo adicional.
Desigualdade
Ao analisar a situação da prestação de serviços domésticos em nações desenvolvidas, Waldir Quadros, professor do Instituto de Economia da Unicamp, comenta: ;Ainda não é para lá que a gente vai. A situação desses trabalhadores no Brasil permanecerá distante por muito tempo, porque a desigualdade social do país é grande e essa situação favorece o trabalho doméstico;. (ZF)