A principal atração do 6; dia de mostra competitiva no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi o documentário Santoro ; o homem e sua música, dirigido pelo inglês John Howard Szerman. ;Para mim, Cláudio Santoro foi o maior compositor de música erudita do Brasil. Pode botar qualquer outro nome, Carlos Gomes, Villa-Lobos. Ele foi o compositor que mais teve uma reação contínua dos diversos movimentos que surgiram no século 20. Ele compôs durante 50 anos mais de 50 obras e tudo com a impressão digital dele. Foi completamente contemporâneo, não se preocupava em ficar se repetindo;, afirmou o diretor do filme que retrata fases das vidas profissional e pessoal do músico, compositor e maestro Claudio Santoro.
Szerman contou que foi a viúva de Cláudio, Gisele, quem o motivou a documentar a vida do maestro. ;Depois que voltei a Brasília e depois ter conhecido, brevemente, o Cláudio no Rio de Janeiro, foi que Gisele chegou pra mim e disse ;o Cláudio está caindo no esquecimento, você não toparia fazer um filme sobre a vida e obra dele?;;, relata o diretor que também revela que o filme, apesar de ter partes didáticas, é majoritariamente histórico.
Gisele subiu ao palco com a equipe do longa e agradeceu a todos em um discurso que emocionou e arrancou risos da plateia. ;É muito emocionante, não tenho palavras para agradecer a você (diretor) e à equipe. Significa muito para nós. É muito importante mostrar não só a obra musical do Cláudio, especialmente em Brasília, a cidade dele por opção, mas também o homem maravilhoso que ele foi. Eu não vou dizer espero que vocês gostem, porque eu tenho certeza disso;, afirmou.
[VIDEO1]
Alessandro Santoro, filho do maestro homenageado no documentário deste domingo, também esteve presente no Cine Brasília. ;Um filme é muito difícil para caber a vida do meu pai, é muito grande, complexa. Mas é um começo, ainda mais na música erudita que não tem tantos para a gente apreciar;, contou Alessandro, que se disse emocionado com a sensação de responsabilidade e privilégio de poder participar em todo o processo. Ao fim da apresentação, o longa de John Howard foi bem aplaudido e trouxe muitas referências a Brasília.
Além da exibição do filme sobre Cláudio Santoro, a noite contou também com a presença da diretora Nathalia Tereza, autora do curta A outra margem; e da equipe de História de uma pena, que revelou o recado enviado pelo diretor Leonardo Moura Mateus, que não pôde estar presente no evento. ;Obrigado ao apoio de todos que contribuíram por meio do crowdfunding e às amizades que construíram esse filme com suas presenças e suor. História de uma pena é o resultado de um esforço em comum. Gostaria de dedicar essa sessão aos amigos e ao sentimento furioso de viver em Fortaleza. Abraços, Leonardo;.