Ontem, ao chegar à casa do ex-presidenciável tucano, no meio da tarde, Guerra voltou a considerar a disputa entre Serra e Dilma como desequilibrada, pelo fato de o candidato tucano ter enfrentado a máquina do governo, e não apenas a adversária petista. ;Nossa estrutura era infinitamente menor que a do PT e a da candidata deles. Só um cego não viu (o uso da máquina administrativa). Mesmo assim, tivemos quase 44% dos votos, elegemos oito governadores, além de dois do DEM, e elegemos deputados e senadores consistentes. Crescemos como partido;, comentou Guerra.
Ainda em São Paulo, Sérgio Guerra tentou minimizar a crítica velada feita por Graziano a Aécio, defendendo o ex-governador mineiro. ;O Xico é um companheiro nosso, um grande quadro, mas está completamente equivocado;, afirmou o presidente do PSDB. ;Não falei com ele, mas ele está errado. Todos trabalhamos pela eleição do Serra, inclusive o ex-governador Aécio Neves, e com muita força e muita determinação. Acho que o Xico cometeu uma injustiça;, acrescentou o senador pernambucano.
DEM
Enquanto o PSDB começa a avaliar os estragos causados pela derrota para Dilma Rousseff e tenta apaziguar os ânimos internos, o DEM avalia que, mesmo sendo minoria agora, pretende manter o método de atuação. ;No conjunto, vamos seguir nossa luta oposicionista e de combate;, anunciou o líder do Democratas na Câmara, Paulo Bornhausen (SC). Para ele, quem deve definir uma nova postura é a candidata eleita, Dilma Rousseff. ;Trata-se de um governo de continuidade. E torcemos que possa mudar sua relação com o Congresso. Em vez de discutirmos questões como a dos mensaleiros, que tenhamos a oportunidade de debater apenas temas importantes para o país, dentro de uma forma a mais republicana possível;, disse Bornhausen.
Já o PSDB pretende fazer uma ;oposição responsável;, segundo Guerra, sem adotar posições radicais. ;Não esperem de nós uma oposição radical, insensata, porque isso não é da nossa natureza;, disse o líder tucano. Porém, ele acredita que a presidente eleita, apesar de ter maioria nas Casas, enfrentará dificuldades. O senador classifica a base governista como ;furada; por não ser consolidada e por ter se envolvido em diversas crises, principalmente nos primeiros anos do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ;Ela (a base) nasceu no mensalão e foi construída de forma heterodoxa, com recursos do Orçamento, com cooptação de pessoas e loteamento de cargos no governo. Essa base é muito furada, porque se abastece com energia que não é da democracia;, pontuou. ;Acho que a Dilma não terá a facilidade que o Lula teve no Congresso.;
Guerra ainda frisou que, apesar de discordar de Lula em vários pontos, considera o presidente um fenômeno. ;Ele tem muito talento, imensa simpatia e habilidade extrema. A Dilma vai ter que se superar. Nesta campanha, ela não conseguiu;, observa o dirigente tucano.
"Nossa estrutura era infinitamente menor que a do PT e a da candidata deles. Mesmo assim, crescemos como partido;
Sérgio Guerra,presidente do PSDB
"Em vez de discutirmos questões como a dos mensaleiros, que tenhamos a chance de debater apenas temas importantes para o país;
Paulo Bornhausen, líder do DEM na Câmara
Sérgio Guerra,presidente do PSDB
"Em vez de discutirmos questões como a dos mensaleiros, que tenhamos a chance de debater apenas temas importantes para o país;
Paulo Bornhausen, líder do DEM na Câmara