Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

Serra e Dilma têm empate técnico entre os eleitores do Distrito Federal

Pesquisa do Instituto CB Data que ouviu 1,1 mil eleitores na capital da República aponta igualdade técnica entre os dois presidenciáveis

O resultado da eleição presidencial no Distrito Federal é uma incógnita. A última pesquisa realizada pelo Instituto CB Data antes do segundo turno mostra que os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) estão empatados com 50% dos votos válidos cada. No total de votos, o tucano tem 43% e Dilma chega a 42%. Ambos oscilaram negativamente na comparação com o último levantamento. O concorrente do PSDB recuou dois pontos percentuais, enquanto Dilma, um. A margem de erro da pesquisa, que ouviu 1,1 mil eleitores entre quarta-feira e ontem, é de três pontos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 37789/2010.

Os dados do CB Data mostram que Dilma conteve a sangria de votos em grupos religiosos mais conservadores e Serra registrou queda. Entre os evangélicos, o candidato do PSDB tem 42%, uma redução de sete pontos, e a petista, 41% ; crescimento de cinco pontos. No segmento católico, Dilma manteve os 44% e Serra oscilou negativamente três pontos, alcançando 43%.

Por outro lado, José Serra reverteu a tendência favorável à petista em outros grupos. Entre espíritas, ele subiu 24 pontos e agora tem 46% das intenções de voto, contra 28% de Dilma, o que representa uma queda de 41 pontos. Nos eleitores que se dizem ateus ou agnósticos, a candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu 10 pontos, chegando a 36%, e o ex-ministro da Saúde subiu 12 pontos, alcançando 49%.

Quando o recorte privilegia a renda, a intenção de votos do candidato do PSDB diminui com o aumento do salário do eleitor, enquanto os eleitores pró-Dilma estão distribuídos em todas as faixas. Entre quem ganha até um salário mínimo, José Serra tem 53%, contra 40% da petista. Ele vence com folga também no segmento de eleitores cuja renda varia de um a dois salários mínimos (47% a 37%). Na pesquisa anterior, essa diferença era de sete pontos percentuais. A maior vantagem da petista continua sendo entre quem ganha de cinco a 10 salários mínimos. Subiu de cinco, no levantamento realizado entre 11 e 13 de outubro, para 10 pontos ; ela tem 47% e Serra, 37% das intenções de voto.

A lógica do corte por renda tem reflexo nos dados por escolaridade. Os votos do tucano estão concentrados entre pessoas com menor grau de instrução. Ele vence entre quem tem até a 4; série do ensino fundamental (52% a 41%). No grupo que completou até a 8; série, Serra aparece com 46%, contra 39% de Dilma. A petista tem 45% dos votos de quem declara ter chegado ao ensino médio. Já o tucano soma 41%. Entre eleitores com nível superior, Dilma aparece com 41% e Serra, com 36%.

Gênero
A ex-ministra da Casa Civil equilibrou sua percepção entre votantes homens e mulheres, com 43% e 42%, respectivamente. No levantamento feito entre 11 e 13 de outubro, ela tinha 46% da preferência entre os eleitores do sexo masculino e 40% do feminino. O ex-governador de São Paulo perdeu terreno entre as mulheres, fechando em 40% ; recuo de seis pontos percentuais. Entre eleitores masculinos, no entanto, ele ganhou espaço. Subiu quatro pontos e conquistou 47%.

Nas 19 regiões administrativas do Distrito Federal, Serra está na frente em oito, mesmo número de Dilma. Três apresentam situação de empate. Em Ceilândia, o maior colégio eleitoral do DF, a concorrente governista lidera com 51%, contra 38% do adversário. No levantamento anterior, havia uma situação de empate técnico na cidade. A maior diferença favorável a José Serra está em Samambaia (60% a 17%). No lado de Dilma, seu melhor desempenho está em Brazlândia (61% a 39%). No Plano Piloto, a petista tem 45% e o tucano, 35%.




Em MG, petista tem vantagem

Isabella Souto

Belo Horizonte ; Se depender da vontade dos mineiros, Dilma Rousseff (PT) será eleita presidente do Brasil amanhã, com 49% dos votos totais ; 17 pontos percentuais a mais que o adversário, José Serra (PSDB), que teria 32% da preferência do eleitorado. Mas ainda é grande o número de eleitores que estão indecisos no estado, segundo maior colégio eleitoral do país: 13%, o equivalente a mais de 1,8 milhão de pessoas. Ainda que o tucano conquistasse esses votos, não conseguiria mudar o quadro eleitoral em Minas Gerais. Na análise dos votos válidos, a diferença é ainda maior: 22%. A candidata petista aparece com 61% e o tucano, com 39%.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Instituto EM Data, com 1,1 mil eleitores, entre o dia 27 e ontem. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 37.853/2010. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Outra conclusão, a partir do levantamento, é que nem Dilma nem Serra conseguiram conquistar o voto de quem escolheu a senadora Marina Silva (PV) no primeiro turno das eleições ; pelo menos se comparados os números ao resultado das urnas em 3 de outubro, quando a petista recebeu 46,98% dos votos e o tucano, 30,76%. Neste segundo turno, 7% declararam a intenção de votar nulo.