Em um desdobramento da Operação Mãos Limpas, mais sete pessoas foram presas no Amapá. A ação foi desencadeada em setembro passado e deteve 18 suspeitos de envolvimento em fraudes e direcionamento de licitações. Na ocasião, estavam entre os detidos o governador do estado, Pedro Paulo Dias de Carvalho, o ex-governador Waldez Góes e o presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio Miranda. Ontem, Góes foi novamente procurado pela PF para prestar declarações, mas estava em viagem. Todos são acusados de destruir provas e ameaçar testemunhas.
As prisões de ontem, decretadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), têm como objetivo impedir que alguns dos envolvidos destrua, oculte e altere provas, além de ameaçar testemunhas. A Polícia Federal (PF), desde 10 de setembro, analisa várias provas coletadas durante a operação. Foi a partir dos documentos verificados que a corporação solicitou as detenções ao ministro José Otávio Noronha, que preside o inquérito judicial. Além das prisões, foram decretadas 25 condução coercitivas ; quando a pessoa é levada pelos policiais para prestar depoimentos ; e outras 18 buscas e apreensões.
Um dos presos pela PF é um empresário do ramo de vigilância, que teria feito ameaças a uma testemunha. Também conduzido à Superintendência da PF em Macapá, o prefeito Roberto Góes teria respondido a quatro perguntas e sido liberado em seguida. O ex-governador Waldez Góes ; primo do prefeito ; e sua mulher também seriam levados à sede da corporação, mas ambos e uma terceira pessoa não foram localizados pelos policiais, pois estariam viajando.
Desvio de verbas
A Operação Mãos Limpas teve como objetivo prender uma organização criminosa formada por servidores públicos e empresários que fraudavam recursos destinados pelo Ministério da Educação por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb).
Durante as buscas e apreensões realizadas em setembro, a PF apreendeu cerca de R$ 1 milhão em espécie e vários veículos. Na casa do presidente do tribunal de contas, em João Pessoa, agentes encontraram uma Ferrari, uma Masserati e duas Mercedes-Benz. Com outros presos, foi recolhida grande quantidade de dinheiro, armas e outros carros de luxo.