Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

Serra nega ter colocado aborto no centro da campanha

Em entrevista ao Jornal Nacional nesta terça-feira (19), José Serra (PSDB) negou ter sido o responsável por colocar a questão do aborto no centro da campanha eleitoral. Segundo o candidato do PSDB à presidência da República, "quem introdzuiu esse ingrediente à campnha foram o PT e a Dilma".

"Primeiro, a Dilma falou que era a favor do aborto. O que acontece é que ela falou uma coisa, depois disse outra. Não me passou transfomar nisso no centro da campanha. Eu sou contra a liberação do aborto", reiterou o tucano.

Questionado sobre a insistência em temas com conotação religosa (além do aborto, a união civil entre homossexuais) e se isso não significaria um retrocesso ao debate, Serra se defendeu, afirmando que em sua campanha "não há nada forçado".

"Sempre fui religioso. Sempre visitei igrejas e menciono a expressão "se Deus quiser". A candidata (Dilma Rousseff, do PT) é que passou a frequentar igrejas, coisas que ela não fazia", retrucou.

Serra também negou as suspeitas de arrecadação de recursos para campanhas do PSDB por parte do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. "Não houve desvio de dinheiro na minha campanha. Eu seria a vítima", defendeu-se o o candidato. "A filha de Paulo Preto foi contratada por terceiros, não por mim. Era uma cerimonialista, não tinha relação com cargos estratégicos nem lobismo, como o filho de Erenice (Guerra, ex-ministra da Casa Civil)".

Perguntado sobre a comparação que havia feito, de que Marina Silva (PV) e Dilma seriam parecidas, pois pertenciam ao PT na época do mensalão e permanceram no partido depois das denúnicas, Serra acredita que foi mal interpretado.

"Não foi uma acusação minha. Apenas disse isso para justificar que, comparando as coisas, se pode chegar a qualquer conclusão. Eu gosto muito da Marina, a admiro muito. Ela deu uma contribuição à democracia, com os votos que provocaram o segundo turno".

Para Serra, é viável cumprir certas promessas de sua campanha sem comprometer a economia (aumento do salário mínimo e para os aposentados, 13; para o Bolsa Família).

"As propostas são fundamentais do ponto de vista social. Hoje, há muito desperdício e desvio de dinheiro público. Vamos enxugar os gastos para atender os mais necessitados", prometeu.