O novo confronto jurídico desta campanha no Distrito Federal é a configuração das urnas eletrônicas para o segundo turno, que acontece em 31 de outubro. A coligação Um Novo Caminho, de Agnelo Queiroz (PT), quer que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) faça a substituição da foto de Joaquim Roriz pela imagem da candidata real, Weslian Roriz (PSC). Já a coligação Esperança Renovada, do grupo do ex-governador, defende que não há como fazer alterações no equipamento de votação sem correr o risco de comprometer a segurança do pleito. O embate será analisado pelo TRE-DF, em processo sob a relatoria do desembargador Hilton Queiroz.
Para os advogados de Agnelo, a troca da imagem é um processo simples que poderá ocorrer até 21 de outubro, quando a Justiça Eleitoral vai alterar os dados das urnas eletrônicas para o segundo turno, com a retirada dos nomes dos demais candidatos que não participarão da escolha. A preocupação da equipe do petista é a confusão na cabeça do eleitor que poderia favorecer Weslian, principalmente entre o eleitorado menos esclarecido, que poderá votar sem saber que o ex-governador deixou a disputa. ;Manter a foto de Roriz nas urnas significa ludibriar o eleitor. Há tempo suficiente, em três semanas, para fazer essa alteração;, analisa o advogado Claudismar Zupiroli. ;Identificar a verdadeira candidata é o mínimo para garantir um processo legítimo, claro e transparente;, acrescenta.
Joaquim Roriz renunciou à possibilidade de concorrer ao Executivo 10 dias antes das eleições, na manhã seguinte ao impasse ocorrido no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o julgamento de um recurso do ex-governador. Roriz buscava o registro de sua candidatura com o fundamento de que a Lei da Ficha Limpa não poderia retroagir para prejudicar. Weslian Roriz assumiu o posto no dia seguinte, em 24 de setembro, e manteve a campanha totalmente vinculada à imagem do marido. O advogado da coligação Esperança Renovada, José Milton Ferreira, afirma que o corpo técnico do TRE-DF deverá se manifestar sobre o assunto.
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O coordenador de Comunicação da campanha de Roriz, Paulo Fona, sustenta que o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, declarou recentemente que as urnas já estão lacradas e não podem sofrer mudanças nesta altura da eleição. Ao lançar a mulher em seu lugar, Roriz conseguiu manter o patamar de intenções de votos que as pesquisas registravam para a sua candidatura. Weslian teve 31,5% dos votos no primeiro turno. Agora, no entanto, a estratégia é tentar manter esse desempenho com um upgrade de votos a serem conquistados pela própria candidata.
No programa eleitoral desta noite, Weslian deve ganhar mais personalidade. Sob a direção do marqueteiro Dimas Thomas, a propaganda deve ganhar um tom mais feminino, ressaltando qualidades da mulher do ex-governador. A cor rosa-choque deve ganhar vez nos símbolos da campanha, tomando o lugar do azul rorizista. Nos últimos dias, Roriz passou a ficar mais em casa, articulando apoios políticos. Weslian tem ido sem o marido aos comícios e aos compromissos de campanha. Mas Roriz apareceu em todos os programas na televisão até agora.