A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a ser atacada por setores da Igreja Católica que acusam o PT de introduzir a ;cultura da morte; no país. Em vídeo postado ontem no YouTube, o arcebispo de João Pessoa (PB), dom Aldo Pagotto, afirma que o partido tem como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil.
No discurso de 15 minutos, o arcebispo diz que a campanha do PT ;se utiliza da mentira para enganar eleitores;. Segundo ele, Dilma teria declarado, em outubro de 2007, que é a favor da descriminalização do aborto. ;Paradoxalmente, ela passou a negar com insistência o que fazia publicamente. Não posso, como pastor, compactuar com esse trabalho de desinformação e de manipulação das consciências;, declarou.
Pagotto também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu com ;desonestidade;. De acordo com o arcebispo, Lula enviou um projeto de lei ao Congresso que prevê a legalização do aborto, mesmo depois de ter manifestado, em 2005, em carta enviada aos bispos brasileiros, que era contrário à prática. Na semana passada, a TV Canção Nova veiculou, ao vivo, uma homilia na qual um padre pediu aos fiéis que não votassem em Dilma. Em reação, o PT entrou na Justiça com um pedido de direito de resposta. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem afirmado que a Igreja Católica não apoia nenhum candidato.
A diretora do Instituto Cfemea, que atua em defesa dos direitos da mulher, Guacira Oliveira critica a interferência da Igreja em assuntos, que, segundo ela, são de Estado. ;Estão querendo transformar em crime aquilo que é pecado. Essa imposição é absoltamente antidemocrática;, reclamou.