Cinco dias depois da realização do primeiro turno, os eleitores voltaram a acompanhar o horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio. Os programas serão veiculados até 29 de outubro. Na estreia, os candidatos ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC), utilizaram as mesmas fórmulas para se apresentarem ao eleitorado e repetiram propostas similares. Os programas de ambos apresentaram o histórico dos postulantes e os apoiadores políticos de cada um. Os adversários também falaram sobre as propostas de governo para as áreas de educação, transporte, segurança e saúde. Eles também concordaram em falar sobre outro tema que costuma render votos: a construção de moradias.
No horário da coligação Esperança Renovada, Joaquim Roriz (PSC) falou antes da própria mulher. Ele destacou a passagem de Weslian para a segunda etapa da disputa e a confirmação da candidatura, um dia antes do pleito, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF. ;A Justiça está sendo feita. Minha esposa Weslian Roriz está no segundo turno. Acabaram-se as dúvidas e as mentiras dos adversários.; ;Estou muito emocionada pela demonstração de apoio que a população deu à minha decisão de concorrer ao GDF;, emendou Weslian na cena seguinte.
Após a fala do casal, foi apresentada a história da ex-primeira-dama. Entre as ações mais relevantes da candidata foram elencados o projeto Integra, que beneficia pessoas carentes e deficientes visuais, e a implantação do projeto Cão-guia. Na parte final, foram destacadas propostas como a construção da Cidade da Saúde e o monitoramento das ruas por câmeras. O principal ponto foi a habitação, com a promessa de 30 mil apartamentos por ano e da regularização dos condomínios.
No programa(1) petista, Agnelo foi o primeiro a aparecer no vídeo. Ele agradeceu aos votos que recebeu no último domingo e não se esqueceu dos eleitores dos adversários. ;Você que votou em outro candidato no primeiro turno, só peço que ouça com atenção o que temos a dizer em nossos programas;, disse. Ele também destacou o resultado obtido pela coligação Um Novo Caminho nas urnas, que elegeu 14 deputados distritais, cinco federais e dois senadores. O vídeo apresentou Agnelo como médico do sistema público de saúde do DF e destacou as principais ações na vida política, como deputado e ministro do Esporte, entre elas a exigência do teste do pezinho em recém-nascidos, a criação do programa Segundo Turno. Entre as propostas, foram listadas a criação de mais Unidades de Pronto Atendimento (Upas) para descentralizar o atendimento hospitalar, a construção do metrô até o fim da Asa Norte e de 100 mil moradias no DF por meio de parcerias com programas do governo federal.
Clima leveAo contrário do primeiro turno, quando as propagandas eleitorais geraram diversos pedidos de resposta das duas coligações, nos programas de ontem não houve qualquer tipo de acusação de um grupo contra o outro. O clima leve não é previsto para as próximas semanas, quando devem ocorrer acusações mútuas. Os candidatos terão 20 programas até as eleições, em 31 de outubro. Cada um tem 20 minutos diários, divididos em dois blocos, às 13h20 e 20h50.Apoio do DEM pulverizadoA divisão política em torno das candidaturas de Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC) ao Governo do Distrito Federal tem embaralhado a composição das siglas partidárias locais. Enquanto legendas como PSL e PV decidiram se converter à candidatura petista, o Democratas não conta com o apoio integral de seus membros à representante da coligação rorizista, com a qual a legenda está coligada. Depois da declaração da deputada Eliana Pedrosa (DEM) de que se manteria neutra no segundo turno, o segundo distrital eleito pela legenda, Raad Massouh, disse não ter tomado uma decisão sobre o assunto.
Raad está em São Paulo para fazer um tratamento de coluna e afirmou, por meio da assessoria de imprensa, ter recebido ligações de Joaquim Roriz e de Agnelo nos últimos dias. Entretanto, ele só se posicionará sobre a questão na próxima terça-feira. Segundo a assessoria, Raad teria ficado surpreso com a notícia publicada, ontem, pelo Correio de que estaria do lado de Weslian. No grupo petista, a adesão do deputado ao nome de Agnelo é considerada como certa, apesar de ainda não haver acordo fechado. ;Há conversas em curso e qualquer apoio legítimo sobre o projeto político será bem vindo;, disse o assessor de Comunicação da coligação Um Novo Caminho, Luís Costa Pinto.
Um empecilho para o acerto está na aliança feita pelo DEM com o grupo rorizista. Se pender para o lado de Agnelo, Raad corre o risco de ser expulso da legenda. No caso de se aliar oficialmente a Weslian, o distrital pode criar um mal-estar com o petista em um possível governo, caso o candidato vença as eleições. ;Se depender de mim, quem não seguir a orientação do partido vai sofrer um processo de expulsão. Quem pagar pra ver e apoiar o PT pode esperar por uma resposta nossa;, disse o deputado federal Alberto Fraga (DEM).