As edições online de grande parte dos jornais da América Latina deram destaque a disputa de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, mas com poucas análises sobre o rumo que o país pode tomar no caso de um governo da petista e do governo Lula.
Os jornais que mais se aprofundaram na cobertura das eleições brasileiras foram o El Clarín, da Argentina, e o El Universal, da Venezuela.
O El Clarín entrevistou o assessor de assuntos internacionais do governo Lula, Marco Aurélio Garcia, que nega a possibilidade de assumir como chanceler em um eventual governo de Dilma.
Apontado como político que ajudou a construir a política externa de Lula, Garcia afirma que o Brasil ampliou sua capacidade de influir na região e sua presença no mundo, e que o grande desafio é saber o que acontecerá no país nos próximos dez anos.
O jornal também fez um perfil da candidata petista, que teria sido "impulsionada pelo carisma de Lula" e o forte apoio popular de seu antecessor.
O EL Universal deu uma foto de Dilma na primeira página com a manchete "Com 97% dos votos apurados, Brasil visualiza segundo turno".
O periódico noticiou em sua primeira página que as pesquisas de boca de urna davam vitória à candidata de Lula, além de ter feito uma ampla cobertura das eleições no país, com o número 650 de detidos por fazer campanha no dia de hoje e um vídeo e fotos dos brasileiros votando.
O jornal também repercutiu a comparação de Dilma a um "fantoche sem liderança política" feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a afirmação de Lula de que gostaria de entrar entre os candidatos, e a vitória da oposição no estado de São Paulo.
O El Universal do México noticiou o segundo turno no Brasil junto a uma matéria intitulada "Dilma, a um passo da presidência". A reportagem, no entanto, também abordou como foi o dia de Serra e da candidata Marina Silva (PV), definindo o Brasil como "um país multicolor".
O El País, do Uruguai, informou "incidentes isolados" de compras de votos, destacando a tranquilidade em que o pleito ocorreu, além de ter coberto o voto de Serra em São Paulo e o fato de que Lula não está preocupado com um segundo turno.