Depois de 90 dias de campanha, o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) chega como favorito para conquistar mais um mandato, superando um cenário que dava ao principal adversário nas urnas, o senador Hélio Costa (PMDB), todas as condições de se eleger. O peemedebista começou a corrida eleitoral bem à frente do tucano, chegando a estar com até 26 pontos percentuais de diferença nas pesquisas de intenção de voto. Depois do início do programa eleitoral gratuito de rádio e televisão e viagens pelo interior, no entanto, Anastasia começou a crescer e acabou virando o jogo.
A aposta dos tucanos foi na fixação da imagem do governador mais do que como um aliado, um corresponsável pelos quase oito anos da gestão Aécio Neves (PSDB). As pesquisas internas do partido entenderam que o grande adversário de Anastasia era o desconhecimento da população em relação a ele. Por isso insistiram em mostrá-lo como figura atuante no governo mineiro desde 2003, criador do choque de gestão que reorganizou as finanças de Minas. Aécio viajou por todo o estado com o seu candidato para reforçar a aliança e a ligação com Anastasia. A chapa formada também incluiu o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS) concorrendo a uma das vagas mineiras para o Senado, ao lado de Aécio.
No decorrer da campanha os altos índices de aprovação do governo Aécio Neves pelos mineiros foram se revertendo em votos para Anastasia. Os erros da campanha adversária e denúncias envolvendo os Correios ; órgão vinculado ao Ministério das Comunicações, até abril comandado por Hélio Costa ; trouxeram um empate e, em seguida, uma virada no quadro. Anastasia assumiu a dianteira chegando a uma vantagem de 11 pontos percentuais sobre o peemedebista.
Turma
Hélio Costa, por sua vez, investiu na demonstração de apoio do seu principal padrinho político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presente desde o primeiro programa eleitoral na televisão. A estratégia principal da campanha foi mostrar que Hélio ; e o candidato a vice na chapa, Patrus Ananias (PT), gestor do Bolsa-Família ; eram a ;turma; do Lula e da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) em Minas. Uma tentativa de trazer para si a grande popularidade do petista e contrapor a força de Aécio Neves no estado.
Inicialmente, a expectativa era de que o presidente Lula viesse a Minas pelo menos cinco vezes, o que acabou se transformando em frustração diante de apenas três agendas no segundo maior colégio eleitoral do país. Diante do crescimento de Anastasia nas pesquisas e das cobranças de Patrus e Hélio, Lula adotou discurso mais agressivo, com críticas aos tucanos, o que não parece ter surtido tanto efeito. À margem da polarização entre Hélio e Anastasia, outros cinco candidatos concorrem ao Palácio da Liberdade, mas nenhum deles foi capaz de se firmar como uma terceira via. A maioria não passou de um ponto percentual nas pesquisas de intenção de voto.