Em meio século de existência, o Distrito Federal jamais apresentou uma eleição tão importante e duvidosa quanto a que se realiza hoje. Nos últimos 12 meses, a capital da República foi o palco de uma crise política sem precedentes, que provocou repercussões em todas as instâncias de poder e devastou o governo local. Em menos de um ano, o DF foi comandado por quatro dirigentes, o Legislativo passou pelas mãos de três presidentes. Um chefe do Executivo foi preso, outro renunciou, houve eleição indireta.
Recentemente a edição da Lei da Ficha Limpa suscitou ainda mais incógnitas no processo eleitoral do DF, que já se apresentava com alto grau de complexidade. Com base nos princípios das regras criadas para moralizar as eleições, a candidatura do ex-governador Joaquim Roriz foi questionada pelo Ministério Público e negada pela Justiça Eleitoral. Abriu-se uma sequência de disputas judiciais, que prosseguem ainda hoje, quando milhares de pessoas vão ao voto sem saber ao certo se suas escolhas irão reproduzir as expectativas de um futuro político e social menos conturbado.