Na véspera da eleição mais tumultuada da história do Distrito Federal, o resultado continua indefinido. Não é possível apostar em vitória no primeiro turno. O Instituto CB Data foi às ruas da capital do país entre terça-feira e ontem e aponta, em consulta estimulada ; quando os nomes são apresentados ao eleitor ;, que o petista Agnelo Queiroz permanece na liderança, com 41% das intenções de votos. Testada pela primeira vez pelo instituto de pesquisas, Weslian Roriz (PSC) aparece com 30%. O candidato Toninho do PSol subiu. Passou de 4% no levantamento anterior, realizado entre 19 e 22 de setembro, para 10%. O crescimento de Toninho pode acabar provocando um segundo turno. Eduardo Brandão (PV) manteve 1% das intenções de voto. Rodrigo Dantas (PSTU) pontuou pela primeira vez e aparece com 1%. Ricardo Machado (PCO), Newton Lins (PSL) e Frank Svensson (PCB) não pontuaram.
Além de Toninho, Agnelo teve crescimento registrado pelo CB Data. Na pesquisa anterior, o petista tinha 35%. Subiu, portanto, seis pontos percentuais. Weslian Roriz permaneceu no mesmo patamar do marido, Joaquim Roriz (PSC), que até a sexta-feira passada era o candidato ao Governo do Distrito Federal pela coligação Esperança Renovada. Ao apresentar os nomes ao eleitor, o Instituto CB Data identificou Weslian como ;Roriz;. Este é o nome da candidata registrado pela coligação na Justiça Eleitoral e que aparecerá na urna eletrônica amanhã. Em uma avaliação sobre outro cenário, com o nome dela na cartela, a ex-primeira-dama manteve praticamente o mesmo desempenho do marido: 29%. Neste caso, Agnelo aparece com 41%.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) com o número 33638/2010. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a identificação é 33433/2010. Foram entrevistadas 1.100 pessoas, com idade superior a 16 anos, entre 29 de setembro e 1; de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%.
O levantamento aponta ainda que os eleitores estão se decidindo. Votos nulos caíram de 10% para 6%. Os indecisos e votos brancos também tiveram queda de 19% para 10%. Na consolidação dos votos válidos, Agnelo chega a 49%, contra 36% de Weslian Roriz. Toninho do PSol atinge 12% e Eduardo Brandão alcança 2%. Rodrigo Dantas fica com 1%. Os demais não pontuaram.
Segundo turno
Na avaliação do coordenador da pesquisa, Adriano Cerqueira, a grande novidade da consulta é o crescimento de Toninho, considerado ;surpreendente;. ;Ainda não dá para saber se haverá uma solução ainda no primeiro turno, principalmente pelo desempenho de Toninho, que pode evitar um desfecho já neste domingo;, analisa. Para Cerqueira, o candidato do PSol representa uma novidade, um voto de protesto contra o passado. Ele ressalta que a campanha presidencial não traz tanto impacto favorável a Agnelo porque no DF a candidata Dilma Rousseff (PT) tem desempenho medíocre, colado ao de Marina Silva (PV) e ao de José Serra (PSDB), enquanto no resultado global do resto do país a petista tem condições de vencer no primeiro turno.
A pesquisa do Instituto CB Data fez uma simulação do segundo turno. Nessa hipótese, Agnelo venceria a disputa, com 48%. Weslian Roriz teria 33%. Os votos nulos representariam 9% do eleitorado e indecisos e votos brancos seriam 10%. O levantamento revela um detalhe: a maior parte dos eleitores que dizem votar em ;Roriz; não sabem que o ex-governador foi substituído pela mulher na corrida ao Palácio do Buriti.
Na consulta espontânea, quando a pessoa aponta um candidato de sua preferência sem ser levada a escolher entre nomes indicados, Agnelo é citado por 36% dos entrevistados. Roriz aparece em seguida, com 18%. Na terceira colocação, surge Weslian Roriz, com 8%, mesmo índice registrado para Toninho do PSol. Eduardo Brandão foi citado por 1%. Os demais não pontuaram. Entre os entrevistados, 7% disseram que votarão nulo e 22% estão indecisos ou votariam em branco.
Grau de interesse
A pesquisa do Instituto CB Data avaliou também o grau de interesse da população do Distrito Federal nas eleições. O resultado foi de que, às vésperas do primeiro turno, a atenção do eleitorado ainda não está voltada a esse tema. Entre os entrevistados, 36% disseram que estão de interessados a muito interessados, enquanto 34% estão mais ou menos interessados e 28% estão desinteressados.