O quarto bloco do debate dos presidenciáveis, realizado pela TV Globo retomou o funcionamento do segundo, com tema livre para as perguntas. Os candidatos, principalmente Serra e Marina, focaram em atacar o que não foi feito pelos governos anteriores.
[SAIBAMAIS]Plínio fez três perguntas em uma à candidata Dilma Rousseff, relacionadas à transferência de terra. Dilma considera mais correto criar programas que gerem empregos na construção civil, como o Minha Casa, Minha Vida, e disse não ser favorável a propostas que "rompam as legalidades vigentes, pelo método da instabilidade jurídica". Ao fim, a candidata foi acusada de estar "a favor do patrão, do latifúndio e da especulação imobiliária".
Em seguida, Dilma perguntou a Marina Silva sobre economia internacional, usando metade de seu tempo para atacar o governo de Fernando Henrique Cardoso. Marina elogiou a atuação do atual governo, mas voltou a ressaltar um pensamento estratégico e integrado. Dilma replicou acusando Marina Silva de não lidar com propostas, mas com teorias, e lembrou que o Brasil "foi o último a entrar na crise, e o primeiro a sair". A candidata verde refutou a visão da petista sobre resultados concretos, e discursou, mais uma vez, sobre a visão estratégica em contraste com a visão gerencial que atribui aos adversários.
Marina Silva abandonou o discurso pacifista, acusando José Serra de reduzir as políticas públicas do governo federal. Serra se esquivou da acusação, afirmando que a principal medida social do governo Lula, o Bolsa Família, teve origem em ações suas como Ministro da Saúde, e se irritou com a repetição da pergunta, já feita em outros debates. À acusação de se esquivar das propostas com divagações do passado, Serra foi categórico: "Não use sua régua para medir os outros".
Serra usou a pergunta feita a Plínio de Arruda Sampaio para atacar, outra vez, o governo federal. Desta vez, o alvo foi a política tributária. Plínio estendeu o ataque aos oito anos de governo FHC, dizendo que ambos estiveram a serviço do capital, e não da população. Plinio disse que os três adversários têm propostas razoáveis, mas não tocam nas questões de maneira radical.
Considerações finais
Marina se destacou nas considerações finais, e salientou a importância de que as eleições se transformem em processo político, com um segundo turno. Mesmo tendo aproveitado todas oportunidades para alfinetar Serra e Dilma, a candidata afirmou: eu não queria o embate e sim o debate, por isso tenho colocado as minhas propostas".
José Serra foi na mesma linha e pediu que o eleitor opte por um segundo turno que dê tempo igual para um debate igual. "Não fugi a debates e apresentei minhas propostas. Vim hoje pedir o seu voto. Vou para domingo com verde amarelo no peito", declarou.
Já Dilma reclamou da exaustão de uma campanha eleitoral, mas agradeceu os benefícios, principalmente o de conhecer pessoas pelo Brasil. Plínio afirmou que chama os eleitores para o futuro, pedindo aos jovens que pensassem grande. E que a campanha valeu a pena, assim como sua passagem pelo exílio e a perda de cargo na época da ditadura.