O último debate entre os candidatos ao governo do Distrito Federal antes das eleições teve poucas propostas e temas novos. O que esquentou o encontro promovido pela SBT nesta manhã foi a troca de acusações entre o candidato Toninho do PSol e Agnelo Queiroz (PT) que até desviou a atenção de Weslian Roriz (PSC) que participa de seu segundo debate na TV em menos de uma semana como candidata.
Dividido em quatro blocos, os candidatos tiveram a oportunidade de responder à mesma pergunta na primeira parte do programa e a fazer perguntas entre si em outros dois blocos.
Questionado sobre os principais problemas do Distrito Federal e quais serão suas primeiras medidas para resolver esses problemas caso seja eleito. Eduardo Brandão (PV) destacou a criação de políticas públicas para o DF. E citou como áreas prioritárias o transporte, educação, segurança pública e meio ambiente. ;Estamos em um barco sem rumos, sem políticas. Vamos priorizar essas cinco áreas que é transporte, segurança, educação, saúde e meio ambiente;, disse.
Toninho do PSol ressaltou as palavras de ordem de sua campanha prometendo um governo honesto, ético e de compromisso com o eleitor. Disse que a primeira medida em seu governo será a de instaurar auditorias nas secretarias, administrações e empresas do DF. Citou também a proposta para a segurança pública, com a dupla Cosme e Damião e para educação com a implantação da escola de tempo integral e aproveitou os últimos 20 segundos para pedir voto.
Agnelo Queiroz (PT) repetiu o discurso ensaiado de que Brasília vive uma profunda crise na segurança, saúde, educação, transporte e habitação. Atribuiu os problemas aos últimos 14 anos em que Roriz esteve à frente do GDF e defendeu a aliança feita pelo PT. Como propostas prioritárias, Agnelo garantiu a legalização dos setores habitacionais ainda irregulares, a contratação de profissionais para o programa Saúde em Casa, a construção de unidades de pronto atendimento em todas as cidades.
Questionada sobre suas prioridades, Weslian Roriz (PSC), que fez sua segunda aparição na TV desde que assumiu a chapa de seu marido Joaquim Roriz na sexta-feira, disse que vai governar com amor e grandeza, mas não citou propostas nem setores específicos. ;Sei governar como mulher de família que sou. Meu governo será de apoio às famílias em todos os a setores. Terei sabedoria para fazer as melhores coisas para nossas cidades e teremos técnicos que saibam fazer o que for preciso;, finalizou quando ainda faltava 1min36 de seu tempo.
Segundo bloco
A primeira questão abordada no segundo bloco foi o transporte público em pergunta da candidata do PSC, Weslian Roriz para Eduardo Brandão (PV). Entre as propostas citadas por Brandão na resposta está a de realizar novas licitações das linhas públicas de ônibus, a ampliação do metrô e auditoria do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). ;Nós precisamos dar transporte coletivo de qualidade para evitar o aumento dos carros nas cidades;. Na réplica, Weslian lembrou que o metrô foi obra do governo Roriz e prometeu levar o metrô a todas as cidades e até ao entorno. ;Eu sei da importância do metrô porque os servidores da minha casa sofrem com isso. Se não tivéssemos o metrô precisaríamos de mil ônibus para transportar a população de Brasília;, disse. Brandão finalizou criticando o projeto atual do VLT e afirmou que mudará projeto para que ele comece no fim da Asa Sul e vá até a Asa Norte.
A segunda pergunta, feita de Toninho para Agnelo sobre corrupção no governo iniciou um ciclo de ofensas e denúncias entre os dois candidatos. Na resposta sobre as medidas que adotará para combater a corrupção do DF, o petista prometeu transparência total com as licitações do governo e garantiu ser rigoroso. Prometeu colocar um número de telefone 0800 para que os contratantes possam fazer denúncias de forma anônima e afirmou que todas as licitações de seu governo serão públicas e transparentes.
A discussão esquentou quando Toninho voltou a falar atacar Agnelo na réplica lembrando que alguns integrantes de sua chapa respondem a denúncias de envolvimento no esquema de corrupção no DF descoberto com a operação Caixa de Pandora. Como resposta, Agnelo assegurou que combaterá o desvio de dinheiro público e citou reportagem do Correio Braziliense desta quinta (30) que envolve uma candidata do PSol envolvida em um suposto desvio de dinheiro aplicado na saúde durante o governo Cristovam, em 1997 e 1998.
Na pergunta seguinte feita de Brandão para Toninho, o candidato do PSol voltou ao assunto e rebateu a ofensa ao adversário acusando o PT de ter articulado a denúncia. Exaltado, Toninho ainda respondeu à pergunta de Brandão sobre as soluções para evitar a constante queda de energia no DF. Ele citou que pretende recuperar o meio ambiente e investir em energia limpa como a eólica. Eduardo Brandão criticou a proposta e reforçou a ideia de implantar as cidades solares em Brasília.
Weslian Roriz foi a última a responder à pergunta do petista de acordo com dinâmica do bloco. Ele questionou quais seriam as medidas tomadas em seu governo para preparar a capital para a Copa do Mundo de 2014. A candidata do PSC disse que terá uma assessoria especial e se ateve a terminar a resposta sem usar todo o tempo disponível afirmando que receberá a copa com muito amor e muito carinho.
Terceiro bloco
Em mais um bloco de embate direto entre os candidatos, Agnelo dirigiu sua pergunta sobre a criação de creches para Eduardo Brandão que voltou a falar sobre o assunto do bloco anterior para defender o uso da energia solar. Em resposta à questão de Agnelo, Brandão apresentou o projeto de implantar as casas creche.
Na segunda pergunta, Brandão tentou quebrar o tabu na pergunta a Weslian Roriz sobre o fato dela ter sido indicada para concorrer ao GDF pelo marido às vésperas das eleições. Weslian foi firme na resposta e afirmou que a decisão foi dela e não do marido. ;Nunca fui alheia nos governos do meu marido. E não foi ele que achou que me colocaria para ser candidata, fui eu que decidi entrar nessas eleições porque achei uma injustiça o que fizeram com meu marido. Na réplica, o candidato do PV disse que essa decisão criou uma insegurança política no DF com a incerteza da aprovação de sua candidatura, o que beneficia o PT. Weslian garantiu que está muito firme e tranqüila quanto ao julgamento do TRE no sábado que analisará seu registro.;Bons advogados eu tenho para me defender;.
Na última rodada de perguntas, Toninho voltou a se defender do ataque feito por Agnelo no segundo bloco. Citou a denúncia feita pelo Correio e a acusou o adversário de ter feito complô para atingir os candidatos do PSol. O petista se defendeu. ;Só queria saber se você investigaria essa denuncia no seu governo com quem quer que seja. Não citei o nome de ninguém, nem fiz nenhum tipo de acusação;, disse Agnelo.
;ltima a perguntar, Weslian dirigiu sua pergunta a Toninho do PSol. Ela queria saber qual seria a proposta para melhorar educação na área rural do DF. Toninho disse que visitou comunidade rural no DF e que fará investimentos nas escolas rurais e aproveitou o último minuto para continuar a defender sua mulher, candidata a deputada distrital que é citada na denúncia. Weslian ignorou o bate boca entre os candidatos e disse que foi a que mais frenquentou a área rural durante os mandatos de Joaquim Roriz. ;Sempre dei uma assistência muito grande à área rural;, finalizou.
Quarto bloco
Nas considerações finais, Weslian agradeceu e pediu voto para os candidatos de sua coligação. ;Vim aqui para defender meu marido porque acho que foi uma injustiça que fizeram a ele;. ;Queremos fazer um governo digno;.
O aspirante ao Buriti petista, Agnelo Queiroz, aproveitou os últimos três minutos para falar de resgate da transparência e ética no GDF. "Faltam apenas três dias apara mudar o DF", afirmou. O candidato falou ainda da implantação de creches, escola integral e escolas técnicas, além da criação da Universidade Distrital e do bilhete único. Agnelo finalizou pedindo votos e afirmando que, em seu governo, dará "valor à vida".
Toninho do PSol iniciou suas considerações finais afirmando que é preciso colocar freio na especulação imobiliária e no crescimento desordenado das cidades. Ele criticou o plano de ordenamento territorial da capital, que segundo ele "coloca Brasília em plano de verticalização sem controle". O aspirante ao Buriti disse ainda, ao pedir votos a ele e a candidatos do partido, que sua candidatura "pegou, está no coração de todos".
Encerrando o debate, Brandão disse que chegou a Brasília com um mês de idade e que infelizmente, agora, "chegamos ao fundo do poço". "Meu partido representa modernidade e precisamos sair definitivamente das páginas policiais e mostrar bons exemplos", afirmou. Brandão alertou para a situação "instável" em que a cidade se encontra, diante da possibilidade de "ter candidato que pode ser impugnado". O candidato do Partido Verde finalizou pedindo votos, e citando a presidenciável Marina Silva.