Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

TRE altera números da zona e da seção eleitorais de 300 mil pessoas no DF

Porém o local de votação permanece igual ao de 2006

Eleitores de 12 regiões do Distrito Federal deverão redobrar a atenção em 3 de outubro. Logo após o pleito de 2006, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) analisou os locais de votação que atendiam uma quantidade excessiva de votantes. Para diminuir a demanda em algumas salas, quatro zonas eleitorais(1) foram criadas. Por isso, moradores de Ceilândia, da Granja do Torto, dos lagos Sul e Norte, do PAD-DF, do Recanto das Emas, de Samambaia, de São Sebastião, de Sobradinho, de Taguatinga, do Varjão e de Vicente Pires, que somam aproximadamente 300 mil pessoas, terão os números da zona e da seção eleitoral modificados. Mas o local de votação e o número do Título de Eleitor permanecem os mesmos. A lista atualizada foi divulgada pelo tribunal.

A alteração somente é válida para quem tirou o título antes de novembro de 2007. Aqueles que atualizaram o documento, pediram a segunda via ou se cadastraram na Justiça Eleitoral pela primeira vez após essa data não devem se preocupar. Segundo o assessor de Planejamento do TRE, Marcelo Souto, as zonas eleitorais modificadas estavam sobrecarregadas. ;Uma resolução do tribunal determina que cada zona atenda pelo menos 70 mil pessoas. Algumas delas atendiam muito mais que isso. Então dividimos os locais de atendimento e redistribuímos os eleitores;, explicou.

Marcelo Souto garantiu ainda que o cidadão não sofrerá prejuízos. ;Só os números da seção e da zona são diferentes. No dia das eleições, as pessoas seguirão para o local de votação de 2006 e lá encontrarão cartazes indicando o antigo e o novo número.; Ainda assim, Souto aconselha o eleitor a entrar em contato com o tribunal para saber os números atualizados antes de sair de casa (veja quadro Orient-se). Quem quiser fazer a modificação no Título de Eleitor deve solicitar a segunda via até o próximo dia 23.

Justificativa
O assessor de planejamento do TRE ainda alertou os cidadãos que pretendem justificar o voto nas eleições deste ano. O tribunal divulgou uma lista com endereço dos pontos exclusivos para justificativa dos eleitores. ;Muitas vezes, as pessoas procuram as seções eleitorais para realizar o procedimento, mas, no dia das eleições, elas estarão cheias. Por isso, os cidadãos devem optar pelos postos específicos, onde serão atendidos mais rapidamente;, ressaltou.

Além de mais zonas e seções, o TRE aumentou as exigências quanto à identificação do eleitor. O cidadão só poderá votar se tiver em mãos o Título de Eleitor e um documento de identidade com foto, como o RG, a Carteira de Motorista e o Passaporte.

1 -
Subdivisões
Os 1.836.280 eleitores cadastrados no DF se dividem em 21 zonas eleitorais, localizadas nas regiões administrativas. Algumas cidades, como Ceilândia ; que possui mais de 300 mil moradores aptos a votar ;, têm mais de uma zona. Outras, como o Itapoã, não têm nenhuma. Cada zona, que atende cerca de 70 mil eleitores, é subdividida em seções e conta com um cartório eleitoral, onde a população pode pedir o título e realizar outros procedimentos ligados à Justiça Eleitoral. As seções, por sua vez, são reunidas em diferentes salas nos locais de votação, como escolas. Em cada sala está depositada uma urna e são atendidas aproximadamente 500 pessoas.

O número
21

Total de zonas eleitorais do DF. Cada uma delas atende aproximadamente 70 mil brasilienses aptos a votar


Apoio à cultura e atenção aos jovens
Apesar de não ser citada como prioridade de governo por alguns candidatos que concorrem ao Palácio do Buriti nas eleições deste ano, a área da cultura do Distrito Federal requer atenção. Basta uma volta pelas regiões administrativas para ouvir jovens reclamando da falta de opções de lazer, esporte e eventos culturais. Museus, palcos para apresentações e praças estão abandonados. Cabe, muitas vezes, a ONGs ou lideranças comunitárias promover apresentações artísticas e oportunidades para a juventude. Entre as principais propostas dos candidatos estão a criação de políticas culturais, a valorização dos espaços, o desenvolvimento do cinema itinerante e a reestruturação da Secretaria de Cultura.

Durante o evento de lançamento da Juventude Azul, no mês passado, em Ceilândia, Joaquim Roriz (PSC), prometeu retomar a Secretaria de Juventude, que existia na última gestão dele à frente do Buriti. ;Em janeiro, assinarei o decreto reabrindo a Secretaria da Juventude e são os jovens da minha coligação que deverão escolher o nome do futuro secretário;, discursou. Segundo Roriz, o Distrito Federal é o local mais propício para o crescimento dos jovens por ;ter boas condições de vida e não registrar desastres climáticos de grande porte;. O ex-governador ainda pretende reformular a Secretaria de Cultura, reformar os atuais espaços destinados à arte e criar o Cinema Itinerante, para apresentar filmes nacionais nas cidades do DF e do Entorno.

Agnelo Queiroz, do PT, também prevê o retorno da Secretaria da Juventude. ;Além disso, cada pasta terá sua interface com a juventude. Nossa cidade é eminentemente jovem, precisamos disso;, destacou Agnelo, em um encontro com professores e representantes da classe estudantil realizado em agosto. Ele ainda quer criar centros destinados aos jovens nas cidades do DF com salas de inclusão digital e com espaços destinados ao esporte e ao lazer. Para Agnelo, museus, teatros, cinemas e bibliotecas devem ser revitalizados para aumentar as opções e a qualidade da cultura local. ;O DF ficou para trás em políticas para a juventude. Sem esse grupo da sociedade, não há perspectivas.;

Orçamento
Toninho do PSol garante que tratará a cultura do DF como prioridade, caso seja eleito. Além de prever a abertura e a popularização de bibliotecas públicas em todo o DF, ele pretende reservar uma parcela do orçamento da capital para investir na área. ;Pelo menos 3% do orçamento do DF deve ser revertido para a cultura. Isso representa R$ 450 milhões. Daria para fazer de Brasília a capital da cultura do país;, disse Toninho. Eduardo Brandão (PV) acredita ser necessário desenvolver políticas públicas para envolver vários setores, como segurança e educação, na garantia do acesso às atividades culturais. ;Não é preciso grandes projetos para desenvolver a cultura. Mas precisamos alcançar o ponto em que Brasília será uma cidade viva, pulsante;, explicou.

Caso seja eleito, Ricardo Machado (PCO) pretende estatizar as grandes empresas privadas do setor cultural. ;Os investimentos seriam definidos a partir de uma democrática discussão com a comunidade artística;, garantiu. Rodrigo Dantas (PSTU) prevê a construção de bibliotecas, museus, centros de cultura, teatros, e cinemas, além de um programa para assegurar computadores e livre acesso à internet em todas as casas da capital. Arquiteto, o candidato do PCB, Frank Svensson, promete cuidar dos monumentos de Brasília. ;Cultura tem uma ampla dimensão, como a democracia e a Igreja.; (JB)


Passo a passo

Veja como será a dinâmica no dia da eleição:

# Com o Título de Eleitor e o documento de identidade em mãos, o cidadão deverá ir ao mesmo local onde votou no pleito de 2006.

# Com o rezoneamento, mais salas estarão abertas no local de votação, e a tendência é que as filas sejam menores.

# Quem estiver com o documento desatualizado poderá se orientar lendo cartazes afixados nos locais de votação. Estarão indicados o número antigo e o novo da seção eleitoral.

# Os números novos das seções já estão disponíveis na internet, no site do tribunal.

# Ao encontrar a sala de votação, o eleitor deverá apresentar os documentos ao mesário e, então, poderá votar.

# Quem quiser atualizar o Título do Eleitor com a nova zona ou seção pode pedir a segunda via do documento até 23 de setembro.



Oriente-se

# Para descobrir os novos números da zona e sessão eleitoral, os interessados devem entrar no site do TRE ; www.tre-df.gov.br, clicar no link Portal 2010 e, e, seguida, no ícone Consulta de título. É possível buscar essa informação pelo telefone 3441-1000. Os pontos exclusivos para justificativa dos cidadãos também estão disponíveis na página eletrônica do tribunal, no item Portal 2010 ; Locais de justificativa no DF.



Propostas para a área cultural

Agnelo Queiroz (PT)
# Garantir um espaço onde o jovem possa se encontrar e produzir sua própria cultura.
# Construir centros de juventude em todas as cidades do DF, com salas de inclusão digital e prática de esportes.
# Promover amplo acesso à cultura em todos os segmentos sociais.
# Descentralizar e revitalizar museus, teatros, cinemas, bibliotecas etc.

Joaquim Roriz (PSC)
# Organizar eventos culturais em um calendário anual, dando prazo para os processos licitatórios.
# Reestruturar a pasta da Cultura, desenvolvendo parcerias público-privadas (PPP).
# Reformar e estruturar espaços de cultura em todas as regiões administrativas.
# Utilizar as praças públicas para pequenas rodas de apresentações populares voluntárias, ensaios e oficinas, abertos ao público.
# Criar o Programa Cinema Itinerante para apresentar filmes nacionais em todas as cidades do DF e do Entorno.
# Revitalizar bibliotecas e acervos públicos.

Toninho do PSol
# Descentralizar a cultura.
# Incentivar atividades culturais nas cidades, valorizando grupos culturais locais.
# Abrir bibliotecas públicas em todas as cidades do DF.
# Construir cines-teatros públicos nas cidades que ainda não os têm.
# Promover ;temporadas populares; em todas as regiões do Distrito Federal, trazendo espetáculos musicais a preços simbólicos.

Eduardo Brandão (PV)
# Criar políticas públicas para envolver diversas secretarias, como as de Segurança, Educação, Transporte e Infraestrutura, na promoção da cultura.
# Utilizar os espaços públicos existentes para apresentações artísticas.
# Utilizar verba de propaganda para divulgar os artistas locais. Frank Svensson (PCB)
# Garantir a manutenção da cultura arquitetônica.

Newton Lins (PSL)
# Apoiar a cultura local e a organização de eventos por artistas das cidades do DF.
# Transformar a Secretaria de Cultura: ela deverá sair da condição de contratador de eventos para agir como agente de fomento à atividade artística, sob o prisma comercial.

Ricardo Machado (PCO)
# Estatizar as grandes empresas privadas do setor cultural.
# Proteger a indústria cultural nacional, por meio da imposição de barreiras à importação de produtos culturais de baixa qualidade.
# Incentivar ao pequeno produtor artístico, com concessão de crédito estatal barato e acesso a infraestrutura e assistência técnica necessária.
# Criar escolas públicas de teatro, música e dança, oferecendo cursos e oficinas em larga escala.
# Construir cinemas e teatros nos bairros pobres, com ingressos a preços acessíveis.

Rodrigo Dantas (PSTU)
# Defender o direito ao livre uso social, esportivo e cultural dos espaços públicos.
# Construir bibliotecas, museus, centros de cultura, teatros, cinemas e parques ecológicos e esportivos em todas as cidades do DF.
# Urbanizar na orla do Lago Paranoá e de todos os lagos do DF, oferecendo livre acesso público para lazer, esporte e cultura nesses locais.
# Assegurar computadores e livre acesso à internet em todos os lares do DF.
# Garantir apoio estatal à produção e à ampla exibição pública da arte, do pensamento, do esporte e da cultura que se faz no DF.
# Criar a Universidade Pública do Distrito Federal, com câmpus em todas as regiões administrativas.