>> Alexandre Botão
>> Diego Amorim
>> Juliana Boechat
>> Luisa Medeiros
>> Mariana Moreira
O debate com os candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) promovido pelos Diários Associados no auditório do Correio Braziliense foi um exemplo claro de como as novas mídias conseguem se integrar à opinião do eleitor para proporcionar diversas maneiras de interação. Transmitido ao vivo pela TV Brasília, o encontro conseguiu integrar os canais tradicionais à voz da internet, com centenas de comentários no Twitter e no videochat do site do Correio (www.correiobraziliense.com.br).
O jornal transmitiu em tempo real o debate dos candidatos por meio do portal e ainda por uma conta no Twitter criada para o evento (www.twitter.com/debatecorreio). No microblog, era possível não só acompanhar o que acontecia no auditório mas também receber informações de bastidores, como a movimentação de candidatos e assessores nos intervalos entre os blocos.
Antes do encontro, o Twitter exclusivo mostrou a preparação nas dependências do jornal e a movimentação de correligionários dos candidatos, com fotos postadas na web por meio de outra ferramenta, o TwitPic.
Mesmo três horas antes do início, os comentários no microblog já provocavam o burburinho digital. Leitores publicaram mensagens de apoio a todos os candidatos e convocaram mais internautas para acompanhar o debate multimídia. O Twitter de Welder Rodrigues, ator brasiliense, foi um dos que chamaram mais espectadores: ;Debate para governador do DF. 22h. Na TV Brasília ou aqui @debatecorreio;. Outra leitora, que assina Ludmila Paes, alertou: ;Vale a pena ver para ter certeza sobre o seu voto;.
Depois de iniciado o encontro, os tuiteiros continuaram a promover uma espécie de debate dentro do debate, analisando os desempenhos. ;Eles estão com problemas em falar dentro do tempo;, comentou o tuiteiro que assina @larrorex. ;Concordo com esse lance do VLT...;, opinou a que assina @danymmagalhães. Quando o encontro esquentou, outro comediante da cidade, Jovane Nunes, analisou em seu Twitter: ;Não é que o Roriz arrumou um jeito do Toninho brigar com o Agnelo?;Durante a transmissão, foram 81 inserções, abrangendo os cinco blocos e centenas de comentários.
Militantes exaltados
>> Noelle Oliveira
>> Luiz Calcagno
>> Ataíde de Almeirda Jr.
>> Tiago Padilha
O clima foi de tensão no encontro entre apoiadores das candidaturas de Joaquim Roriz (PSC) e Agnelo Queiroz (PT) em frente ao prédio do Correio na noite de ontem. Por volta das 20h, cerca de 400 militantes rorizistas desembarcaram de ônibus vindos de cidades como Samambaia, Planaltina e Recanto das Emas. Com agressões verbais, expulsaram um grupo de 40 militantes de Agnelo.
Duas vans e um carro da campanha petista foram tratados a pontapés. Rorizistas chegaram a queimar uma bandeira do PT e fôlderes da campanha do candidato rival, além de chutar os veículos até que eles fossem retirados. ;Vamos limpar os petistas das ruas aos tapas!”, gritou um apoiador mais exaltado de Roriz. ;Eles não deviam ter ido para longe do policiamento, podiam ter evitado essa situação;, considerou o tenente-coronel da Polícia Militar Joaquim Marquez. A PM contou com um efetivo de 40 soldados e uma força reserva de plantão.
;Acho um absurdo não ter o livre arbítrio por causa do risco de ter confusão. Voltamos ao tempo das cavernas;, indignou-se o universitário Leonardo Campos, 22 anos, militante pró-Agnelo. Já no entender do major da PM Gilmar Gabriel, o espaço para os petistas foi garantido, mas o grupo quis se retirar. ;Foi um movimento tranquilo, que terminou sem maiores incidentes;, afirmou.
Bastidores
Nervosos na chegada, os candidatos a governador do Distrito Federal mal se cumprimentaram quando entraram no auditório, vindos das salas de apoio, reservadas para as assessorias e maquiagem (fotos). Agnelo Queiroz, do PT, líder nas pesquisas de intenção de voto, e o segundo colocado, Joaquim Roriz (PSC), nem se olharam. Cada um ficou no seu lugar, em silêncio, até o começo do debate. Um dos poucos cumprimentos foi entre Roriz e Toninho do PSol. E bastou Roriz perguntar para Toninho a respeito dos ;traidores; que Agnelo tem na sua chapa, numa referência direta a Tadeu Filippelli, candidato a vice-governador, para que os assessores do ex-ministro do Esporte comentassem, aos cochichos: ;Ih, olha lá, virou Toninho do Roriz!”
Da parte dos assessores de Toninho, entretanto, ninguém escondeu a alegria por conta dos elogios de Roriz ao candidato do PSol. ;Ele é 50;, brincavam, referindo-se ao número do candidato. Enquanto Agnelo e Toninho travavam um duelo por direito de resposta, o candidato Roriz se limitava a olhar com um ar de ironia para os dois. Também não disfarçou a satisfação quando viu Eduardo Brandão, do PV, obrigado a responder sobre a falência fraudulenta de uma empresa familiar.
Em meio à tensão e preocupados com o tempo de cada resposta, os candidatos abriram suas falas no debate sem desejar ;boa noite; àqueles que mais interessavam: os eleitores que a eles assistiam pela televisão e pela internet. Roriz, por exemplo, só cumprimentou a plateia no segundo bloco, porque os assessores o alertaram sobre a falha.