>> Mariana Mainenti
>> Helena Mader
Os quatro candidatos ao Governo do Distrito Federal que participaram do debate promovido pelos Diários Associados concordam quanto ao rumo da segurança pública no Distrito Federal: não vai nada bem. Em mais um ponto de convergência, os postulantes à chefia do Poder Executivo acham que é preciso colocar a polícia nas ruas. Mas cada um dos concorrentes apresentou soluções próprias para retomar o sentimento de proteção entre os moradores da capital da República.
A pergunta formulada pelos Diários Associados, que inaugurou o encontro ocorrido na noite de ontem na sede do Correio Braziliense, provocou os candidatos sobre as medidas concretas que vão tomar durante os 100 primeiros dias de governo para combater a violência no Distrito Federal e deter o avanço do crack no coração da capital federal. Eduardo Brandão (PV) foi o primeiro a responder à indagação. Disse que investirá em políticas públicas, como o retorno da dupla de policiais Cosme e Damião. Além disso, Brandão afirmou que aplicará recursos no monitoramento inteligente das áreas de risco na cidade e prometeu equiparar os salários dos policiais militares aos dos policiais civis.
Em seguida, foi a vez de o petista Agnelo Queiroz, num prazo de um minuto e meio, declarar o que pretende fazer para corrigir os problemas da segurança pública no DF. Se eleito, ele vai reforçar a equipe da PM com a contratação de 4 mil policiais. Agnelo também reforçou que investirá não só no policiamento ostensivo mas na atenção à inteligência. Ao falar da expansão do crack na capital da República, o concorrente do PT considerou que esse é um problema que necessita ser enfrentado a partir da mobilização de toda a sociedade.
Agnelo assegurou que será ;implacável; no combate ao tráfico.
Fim da tropa de choque
A aposta de Toninho do PSol para diminuir a violência será a polícia comunitária, fazendo a transição de uma polícia repressiva para uma preventiva. O concorrente afirmou que vai acabar com a tropa de choque no DF, remanejando o efetivo de quase 700 homens especializados em operações especiais para o patrulhamento diário das cidades. Toninho avisou que pretende eliminar os postos policiais criados no governo de José Roberto Arruda porque os militares ali nada podem fazer para atender emergências. Ele ressaltou que as drogas são um problema de saúde pública, que demanda políticas para tratamento dos dependentes e prevenção ao uso.
Joaquim Roriz, o último sorteado para comentar como pretende enfrentar o aumento da criminalidade no Distrito Federal, disse que vai colocar em prática o que já fez anteriormente: ;Nós não vamos aprender, mas executar o que sabemos fazer;. Como os outros, Roriz prometeu colocar mais policiais nas ruas. O ex-governador do DF considera que experiências testadas em países do primeiro mundo podem servir de parâmetro para políticas locais. Ele se comprometeu a adotar, por exemplo, um sistema de monitoramento muito comum nos Estados Unidos, usado nos pontos mais violentos das cidades.
O que eles prometeram
"Vamos intensificar o policiamento com a dupla Cosme e Damião e equiparar os salários das polícias Civil e Militar. As diferenças são grandes, o que gera problemas"
Eduardo Brandão (PV)
"Faremos a transição de uma polícia repressiva para uma preventiva. Acabaremos com os postos comunitários de segurança. Eles imobilizam quatro policiais que não fazem quase nada, pois não saem do local"
Toninho do PSol
"Precisamos recompor o quadro humano, por isso, vamos contratar 4 mil policiais, mil a cada ano de mandato. Além disso, investiremos em tecnologia"
Agnelo Queiroz (PT)
"Vamos executar o que já sabemos. Temos de colocar os policiais nas ruas do DF, porque a polícia não pode ficar reprimida, confinada em um local. Vamos avançar tecnologicamente"
Joaquim Roriz (PSC)
Eduardo Brandão (PV)
"Faremos a transição de uma polícia repressiva para uma preventiva. Acabaremos com os postos comunitários de segurança. Eles imobilizam quatro policiais que não fazem quase nada, pois não saem do local"
Toninho do PSol
"Precisamos recompor o quadro humano, por isso, vamos contratar 4 mil policiais, mil a cada ano de mandato. Além disso, investiremos em tecnologia"
Agnelo Queiroz (PT)
"Vamos executar o que já sabemos. Temos de colocar os policiais nas ruas do DF, porque a polícia não pode ficar reprimida, confinada em um local. Vamos avançar tecnologicamente"
Joaquim Roriz (PSC)
Personagem/Affonso Heliodoro
Plano urbanístico
No segundo bloco do debate, o coronel Affonso Heliodoro (foto), assinante do Correio Braziliense, perguntou a Toninho do PSol qual é o plano do candidato para preservar o conjunto urbanístico de Brasília. O coronel tem 95 anos e é considerado um dos mais ilustres pioneiros de Brasília.
O candidato lembrou que foi administrador do Plano Piloto, posição em que teve a oportunidade de participar de diversos debates sobre a importância da capital como patrimônio cultural da humanidade, e criticou a proposta de construção de um empreendimento imobiliário no Sudoeste, em terreno localizado ao lado da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
A pergunta de Heliodoro foi selecionada pela organização do debate entre as questões encaminhadas nas duas últimas semanas por milhares de leitores e internautas por meio do site do Correio. Nascido na cidade mineira de Diamantina em 1916, Heliodoro chegou à capital pouco antes da inauguração e ficou conhecido como o ;fiel escudeiro; do presidente Juscelino Kubitschek. O coronel conheceu JK em Belo Horizonte, pouco depois de se tornar oficial da Polícia Militar. Virou chefe do Gabinete Militar quando Juscelino assumiu o governo mineiro e o acompanhou durante as eleições. Com JK eleito, veio para Brasília. Hoje, ele preside o Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.