A funcionária Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, acusada de obter procurações para justificar a quebra de sigilo fiscal de contribuintes, não trabalhará mais na agência da Receita Federal em Mauá (SP). A Receita pediu o retorno dela ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), órgão ao qual é vinculada.
Na sexta-feira (10), Ana Maria e o marido, o contador José Carlos Cano Larios, prestaram depoimento à Polícia Civil de São Paulo. De acordo com a Delegacia de Polícia Judiciária da Macro São Paulo, a servidora admitiu ter sido responsável pela quebra de sigilo fiscal de contribuintes e afirmou que usava procurações para justificar o acesso aos dados. Ela e o marido chegaram a ser detidos, mas foram liberados em seguida.
Segundo a polícia paulista, Ana Maria disse ter acessado os dados fiscais a pedido de ;amigos e parentes;. No depoimento, ela contou ter sido orientada pela corregedoria da Receita a procurar os donos das declarações violadas e conseguir procurações autorizando as consultas.
Ana Maria e o marido foram levados à delegacia após a polícia ter apreendido pedidos de autorização para acesso à declaração do Imposto de Renda de 23 contribuintes. Os documentos foram encontrados no escritório de contabilidade pertencente a José Carlos. A funcionária também é acusada de participar da quebra de sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e mais três pessoas ligadas ao partido.