Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

Gastos de campanhas estaduais declarados ao TSE somam R$ 60 mi

Em dois meses de campanha, os candidatos aos governos estaduais gastaram oficialmente quase R$ 60 milhões na produção das propagandas para rádio e tevê. Os números apresentados na última prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que as cifras devem ser sensivelmente maiores, já que candidaturas com potencial para saírem vencedoras das urnas não declararam qualquer gasto com os programas. Fazem parte da lista os governadores Cid Gomes (PSB-CE) e Roseana Sarney (PMDB-MA), que tentam a reeleição, e Ângela Amin (PP), candidata ao governo de Santa Catarina.

Os campeões de gastos com a propaganda de rádio e televisão têm objetivo eleitoral de alcançar o governo de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O líder é o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). O valor apresentado pelo petista, de R$ 10,25 milhões, foi o mesmo da primeira parcial da campanha e diz respeito ao valor total do contrato para produção dos programas até o fim das eleições. O principal adversário de Mercadante, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou ter gasto R$ 6 milhões até aqui. A cifra é 10 vezes superior à que o tucano entregou à Justiça Eleitoral no primeiro mês de campanha.

Segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do país, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam os dois próximos candidatos da lista de gastos com rádio e televisão. O tucano Antônio Anastasia (MG) declarou ter gastado R$ 5,2 milhões, enquanto Sérgio Cabral (PMDB-RJ) apresentou uma conta de R$ 4,1 milhões à Justiça. Proporcionalmente ao número de eleitores, no entanto, os gastos são maiores no Espírito Santo. Na tentativa de alcançar o governo estadual, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) gastou R$ 1,8 milhão para montar os programas eleitorais, o que significa um custo de R$ 0,72 por eleitor. Depois do capixaba, aparecem Agnelo Queiroz (PT-DF), com custo de R$ 0,51; e Eduardo Campos (PSB-PE), que gasta R$ 0,43 por votante.

Além dos gastos excessivos em rádio e televisão, as prestações parciais das contas de campanha divulgadas pelo TSE mostram que há 21 candidatos pouco preocupados em cumprir a legislação. Até aqui, eles não apresentaram qualquer dado sobre o que foi arrecadado e gasto na corrida pelos governos estaduais. A maioria dos políticos em dívida com a Justiça Eleitoral pertence a partidos nanicos.

Eles fazem parte dos quadros de legendas como PSol, PCB, PCO e PSTU. De acordo com o tribunal, a prestação parcial faz parte do documento final que deve ser entregue à Justiça em novembro, depois do segundo turno das eleições. Caso tenha deixado de apresentar um dos documentos, o político pode ter as contas rejeitadas, o diploma cassado e ser impedido de participar de eleições futuras.

QUEM NÃO DECLAROU

Roseana Sarney(PMDB-MA)
Cid Gomes (PSB-CE)
Jackson Lago (PDT-MA)
Raimundo Colombo (DEM-SC)
Silval Barbosa (PMDB-MT)
Wilson Pereira (PSDB-MT)
Eduardo Valverde (PT-RO)
Ricardo Coutinho (PSB-PB)
Expedito Júnior (PSDB-RO)
Angela Amin (PP-SC)