Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

Gastos de campanha mostram disparidade de nanicos com coligações da frente


Uma indicação do tamanho dos nanicos na disputa ao governo deste ano pode ser mensurada em cifras. Seis chapas que concorrem ao Palácio do Buriti já gastaram até agora na campanha R$ 140,2 mil, o que significa 3,5% do volume de recursos que circula nas duas coligações que lideram o campeonato eleitoral. Agnelo Queiroz (PT) e Joaquim Roriz (PSC) estão no topo do ranking de despesas. Já gastaram R$ 4 milhões, segundo informações fornecidas pelos próprios candidatos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

De acordo com os dados apresentados à Justiça Eleitoral, há um abismo financeiro entre as candidaturas de Agnelo e Roriz quando comparadas às dos demais postulantes. A coligação do PT/PMDB é a que dispõe de mais verba de campanha. O candidato ao governo e o vice arrecadaram juntos R$ 3.333.500, dos quais já usaram R$ R$ 2.881.126. O grupo de Roriz levantou R$ 1.159.700 e gastou a esta altura da corrida eleitoral R$ 1.126.040. Números substancialmente mais expressivos que os do candidato do PSol, Antônio de Andrade. Ele tinha uma reserva de R$ 22.955, mas entrou no cheque especial. Gastou R$ 31.390, mais do que arrecadou.

O candidato com a prestação de contas mais módica é Ricardo Machado, do PCO. O concorrente declarou ter gasto R$ 655, todo o valor que juntou para a campanha. Desse total, ele disse à Justiça Eleitoral ter aplicado R$ 150 para a produção do programa de rádio e televisão. Dez vezes pior que a situação de Rodrigo Dantas (PSTU), precária também em relação às duas principais coligações que brigam pelo governo. O postulante do PSTU já gastou R$ 6.693 e declara ter em caixa uma rapa de tacho: R$ 42. O vice de Dantas não contribuiu com nada.

Zeros à direita
Realidade a muitos zeros de distância da de Agnelo Queiroz, que teve o reforço de R$ 1.361.000 de Tadeu Filippelli (PMDB). Mais de um milhão dessa quantia (veja quadro abaixo) já foi usado, sendo que R$ 844.000 foram doados a outras candidaturas da coligação. Na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não é possível conferir a parte que coube a Jofran Frejat (PR) na arrecadação de Joaquim Roriz (PSC). O site informa que houve um erro. Mas Frejat afirmou ao Correio que contribuiu com R$ 10 mil, dos quais já gastou R$ 3 mil.

O único candidato que não prestou contas, segundo informações do TSE, foi Frank Svensson do PCB. Pela legislação eleitoral, os concorrentes são obrigados a informar em três períodos diferentes do pleito o quanto arrecadaram e gastaram com a campanha. A primeira parcial foi informada pelos candidatos na primeira semana de agosto. No último dia 3, acabou o prazo para a atualização dos dados. Em outubro, os postulantes devem fazer o balanço final das finanças. Quem deixa de prestar contas pode ser punido com pagamento de multa e ter o registro de candidatura negado em disputas futuras.