Jornal Correio Braziliense

Eleicoes2010

Passagem de Agnelo pelo Riacho I tem confusão e PM precisa intervir

Mais uma vez, o clima esquentou entre militantes petistas e rorizistas no Riacho Fundo I. Ontem, durante uma caminhada do candidato do PT ao Buriti, Agnelo Queiroz, na avenida comercial da cidade, manifestantes vermelhos e azuis trocaram xingamentos e agressões. A confusão só foi contida quando homens do Grupo Tático Operacional (GTOP) e da 19; Companhia de Polícia Militar Independente (CPMind) chegaram ao local. Pela primeira vez, desde o início da campanha eleitoral no DF, a polícia teve que intervir numa manifestação. Apesar do tumulto, não houve, até o começo da noite, registro de ocorrências na delegacia do Riacho Fundo I.

A caminhada começou às 15h30. De um lado da avenida, o grupo petista fazia corpo a corpo. Do outro, os rorizistas entoavam gritos de guerra contra os candidatos da coligação Um Novo Caminho, ao mesmo tempo que seguiam a passeata vermelha. Os azuis também seguravam cartazes da coligação Esperança Renovada, encabeçada pelo ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Em todo o percurso, estavam presentes policiais militares, que só tiveram que agir quando as provocações surtiram efeito.

As frases ;Roriz, seu ladrão, seu lugar é na prisão; e ;No Riacho Fundo não tem caô, o Filippelli é um traidor; foram substituídas por xingamentos. O clima de tumulto não impediu, entretanto, a continuidade da atividade prevista na agenda de Agnelo. O candidato ignorou o comportamento da ala rorizista e manteve o trabalho de conquista de votos. ;Eles estão desesperados, sabem que estão perdendo apoios. Estão tendo de reverter a impugnação na Justiça e começaram a apelar. Democracia não se faz assim. Faz com debate de ideias;, afirmou o petista.

Empurrões
No fim da caminhada, por volta das 16h30, militantes azuis e vermelhos trocaram empurrões e jogaram ovos uns nos outros. As agressões ocorreram perto do quartel da 19; CPMind. O homem vestido com a roupa do boneco do Agnelo, Elídio Graciano, 39 anos, estava transtornado. ;Eles me atacaram e ainda jogaram um ovo na cabeça da minha filha (Eduarda, 8 anos);, revoltou-se. Já os azuis disseram que os ovos foram jogados pelo pessoal do PT.

De acordo com o tenente-coronel da 19; CPMind Anderson Clayton houve provocações mútuas e agressões verbais. ;Vimos tudo de dentro do quartel e saímos para evitar um mal maior;, contou. Por isso, os policiais, que estavam armados, inclusive tinham gás de pimenta, se posicionaram no canteiro central da avenida.

Em 16 de julho, a avenida comercial do Riacho Fundo I também foi palco de confusão entre as militâncias (leia Memória). Para o senador e candidato à reeleição Cristovam Buarque (PDT), que estava presente no momento da confusão, o adversário político contrata ;milicangas;, uma espécie de militantes e capangas, segundo Cristovam, para fazer campanha nas ruas. ;Não é a população do Riacho Fundo que recusa apertar as nossas mãos. São os milicangas contratados. É lamentável que façam campanha desse tipo. Queremos ganhar no voto, não no ovo;, afirmou o senador.

A rorizista Nilvanda de Castro, 54 anos mandou um recado para os petistas que insistem em fazer corpo a corpo no Riacho Fundo. ;Aqui é reduto do Roriz. O pessoal rorizista mora aqui. Esses petistas não são daqui. A gente não vai mais deixar eles virem bater nos nossos filhos;, criticou ela.