Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) se depararam com problemas nas urnas biométricas em pelo menos sete estados do país durante a simulação das eleições realizada no fim de semana na maior parte do território nacional. A dificuldade, verificada na identificação da impressão digital de eleitores, aumentou a média de tempo de votação para cinco minutos.
Em Balsa Nova, no Paraná, só um dos 14 eleitores que participaram do teste teve a digital identificada na primeira tentativa. Seis pessoas conseguiram votar depois de algumas investidas com o leitor biométrico e outras sete não foram reconhecidas pelo sistema. Em outros estados, existem relatos de que a dificuldade se deu por inexperiência dos mesários, que não posicionaram corretamente o dedo do eleitor.
De acordo com o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, o ;não conhecimento; dos eleitores atingiu o índice de 40% em todo o país. ;Investigamos a causa e descobrimos que o leitor comparava a impressão digital com o dedo errado. O problema ocorreu na geração dos arquivos, mas já foi resolvido;, explicou. Segundo ele, não haverá risco de falhas no dia das eleições. ;O simulado serve para isso, para corrigirmos as não conformidades.;
; Para saber mais
Testes há dois anos
Em 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) utilizou pela primeira vez a urna biométrica, equipamento que processa o voto a partir da identificação da impressão digital do eleitor. A inovação foi experimentada com sucesso em três cidades: Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São João Batista (SC). Agora, em 2010, serão 65 municípios, de 24 estados, com votação totalmente biométrica. Para isso, mais de um milhão de eleitores foram previamente cadastrados pela Justiça Eleitoral, que colheu as digitais de quatro dedos de cada eleitor (os polegares e os indicadores). A ideia do TSE é que até 2018 o Brasil tenha a eleição 100% biométrica.
A inovação tenta dificultar fraudes, já que para votar o eleitor terá de fazer o reconhecimento digital. Com o novo sistema, as eleições devem ganhar mais agilidade. O sistema também diminui o número de mesários nas votações. Caso o mesário tenha dúvidas com relação ao eleitor ou a digital não seja reconhecida pelo leitor biométrico, há a opção de se fazer a verificação a partir da foto impressa na folha de votação. A votação biométrica, no entanto, não elimina a necessidade de o eleitor portar um documento de identidade e o título de eleitoral no dia do pleito.