Além de escolher o presidente e de renovar o Senado, a população de 38 estados norte-americanos terá hoje a missão de decidir sobre temas polêmicos. Serão colocados em referendo 174 medidas eleitorais, entre elas a legalização do casamento gay e da maconha, a abolição da pena de morte, restrições ao aborto, entre outros assuntos.
A união homossexual é um dos assuntos mais controversos. Pela primeira vez, os cidadãos serão questionados se desejam aprovar, em vez de proibir, o reconhecimento legal do casamento de pessoas do mesmo sexo. As mais recentes pesquisas apontam que os simpatizantes podem prevalecer sobre os contrários à união gay em Maryland e no estado de Washington. O Maine deve aprovar um referendo buscando legitimá-la.
Os eleitores do Colorado, de Oregon e de Washington responderão se o uso recreativo da maconha deve ser descriminalizado. Por sua vez, Arkansas, Montana e Massachusetts votarão sobre o consumo da droga para fins medicinais. Com 724 pessoas no corredor da morte, a Califórnia terá a tarefa de decidir se este é o momento adequado para revogar a pena capital. O estado executou apenas 13 pessoas desde o restabelecimento da punição, em 1976. Dos 50 estados do país, 17 aboliram a prática.
O tema do aborto rendeu comentários ácidos durante a campanha e estará em debate, hoje, na Flórida e em Montana. O candidato por Indiana, Richard Mourdock, mereceu uma dura repreensão do presidente, Barack Obama, ao defender que a gravidez causada por violência sexual é ;algo que Deus pretendia que acontecesse;, opondo-se à interrupção da gestação. Os eleitores da Flórida serão convidados a votar sobre um plano que proíbe a utilização de fundos estatais para o aborto e para qualquer seguro-saúde que cubra a intervenção. Os moradores de Montana determinarão se querem proibir médicos de realizarem abortos em jovens com menos de 16 anos sem notificar seus pais ou guardiães 48 horas antes.
Obamacare
Mesmo vencendo as eleições, Obama poderá sofrer um revés, ainda que simbólico. Cinco estados ; incluindo a Flórida ; votarão medidas para minar a reforma da saúde, a chamada Obamacare, promovida e aprovada pelo governo democrata. Diante do fato de que a lei federal normalmente prevalece sobre as leis estaduais, o impacto provavelmente será limitado e atrairá às urnas apenas alguns eleitores conservadores. Idaho, Kentuckey e Nebraska decidirão se banirão os direitos de caças e pescar. Dakota do Norte, por sua vez, colocará em pauta as medidas de proteção de práticas agrícolas ;modernas; e as leis de crueldade contra animais. Porto Rico também resolverá, hoje, se vai se transformar no 51; estado norte-americano ou se permanecerá como território.