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Mitt Romney lança novo apelo para que rebeldes sejam armados na Síria

Lexington - O candidato republicano à Casa Branca Mitt Romney acusou nesta segunda-feira (8/10) Barack Obama de não ter assumido a liderança na Síria e lançou um novo apelo para que a oposição receba armas, durante um discurso com fortes críticas sobre a atuação do presidente americano no Oriente Médio.

"Na Síria, nós trabalharemos com nossos parceiros para identificar e organizar os membros da oposição que compartilham nossos valores, e faremos que eles obtenham as armas de que precisam para derrotar os tanques, helicópteros e caças de Assad", declarou Mitt Romney no Instituto Militar da Virgínia, no leste dos Estados Unidos.

Classificando a política de Barack Obama de fracasso, o republicano lembrou que "mais de 30.000 homens, mulheres e crianças foram massacrados pelo regime de (Bashar) al-Assad nestes últimos 20 meses". O candidato já havia pedido que a oposição recebesse armas em discursos anteriores.

Mitt Romney usou o ataque ao consulado americano em Benghazi, no leste da Líbia, em 11 de setembro, para ilustrar a "passividade" e a ausência de "liderança" do presidente no cenário internacional, abordando situações críticas no campo diplomático, do Oriente Médio à Rússia.

"Eu instalarei defesas antimísseis eficazes para nos proteger das ameaças. E em relação a isso, não haverá flexibilidade alguma com Vladimir Putin", declarou Romney durante um ato de campanha em Lexington, na Virgínia (leste). Seu rival democrata Barack Obama havia declarado em abril ao presidente russo na época, Dmitri Medvedev, que haveria "mais flexibilidade" neste tema se ele fosse reeleito em 6 de novembro.

Moscou se opõe à instalação de um escudo antimísseis na Europa pela Otan, destinado a proteger a Europa de disparos provenientes do Oriente Médio, em particular do Irã.

[SAIBAMAIS] Contra o Irã, o republicano reforçaria as sanções para fazer o regime desistir de seu programa nuclear. Ele também criticou Barack Obama por ter permitido o desenvolvimento de uma "situação perigosa" com seu suposto distanciamento em relação ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"As relações entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro israelense, nosso aliado mais próximo na região, registraram fortes tensões."

O Irã é acusado pelos ocidentais e por Israel de querer produzir a arma nuclear sob o pretexto de impulsionar um programa civil, algo que Teerã desmente.

"É tempo de mudar de rumo no Oriente Médio", afirmou Mitt Romney.

O candidato também procurou tranquilizar os americanos sobre a questão do conflito entre israelenses e palestinos. Um vídeo, filmado com uma câmera escondida durante um evento de arrecadação de fundos, ele foi flagrado afirmando que uma solução era "impensável".

"Eu reengajaria os Estados Unidos no objetivo de um Estado palestino democrático, próspero e vivo ao lado do Estado hebreu, em paz e em segurança", declarou Mitt Romney em seu discurso desta segunda-feira.